Meio Ambiente Amazonas
Encontro internacional de meio ambiente discute novas alternativas econômicas para os povos da floresta
08/03/2022 18h15
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Amazonas

A 12ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas acontece em Manaus entre 16 e 18 de março

O equilíbrio entre conservação ambiental e desenvolvimento sustentável, com foco na população da floresta, estará em pauta durante a 12ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force). O evento, que tem o governador Wilson Lima como atual presidente, acontece de 16 a 18 de março, no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus.

O Amazonas foi escolhido como sede do evento por unanimidade, em maio de 2019, durante a última reunião do GCF realizada em Caquetá, na Colômbia. Com a presença de governadores de 38 estados e províncias de 10 países ao redor do mundo, o GCF Task Force retoma suas atividades após dois anos de hiato por conta da pandemia de Covid-19.

Continua após a publicidade

Líder de projetos do GCF, a antropóloga americana Colleen Scanlan Lyons, evidencia a importância de o encontro acontecer no Estado do Amazonas. “Esse encontro no berço, no começo de onde a gente tem as lutas contra o desmatamento, por uma vida sustentável, é muito simbólico. Eu não posso, sinceramente, imaginar um lugar melhor para retomar essa conversa que o mundo precisa”, destaca Colleen.

Trata-se também de uma retomada da americana ao Estado do Amazonas, onde a antropóloga começou sua carreira, com 25 anos de idade, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). De passagem pela capital do Amazonas para uma visita técnica, antes do evento internacional, Collen fala da importância da expansão de uma economia verde diversificada.

Continua após a publicidade

“Não pode ser só um setor. Com a pandemia, o turismo caiu muito. Você tem que ter outras fontes. Não vai ser só o turismo, não vai ser só o mercado de carbono, não só o artesanato, mas tudo junto pode ter uma solução muito mais sustentável. A gente precisa de políticas públicas para ajudar com isso. A gente precisa de financiamento”, destaca Collen. 

Com mais de 20 anos de experiência em planejamento de turismo sustentável, desenvolvimento comunitário e meio ambiente, a antropóloga americana é categórica: “Sem políticas públicas sustentáveis a gente não tem um sistema, que pode realmente ser uma plataforma para todas essas ações”. Nesse sentido, a estudiosa reforça a importância dessa construção ter como base a população das florestas. 

Continua após a publicidade

População das florestas – Morador da Comunidade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, distante 50 quilômetros de Manaus e dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, Viceli Siqueira da Costa tem esperança na retomada do turismo na região, pós-pandemia.

“O turismo nessa unidade de conservação é nossa principal fonte de renda. A pandemia veio causar um abalo em todas as famílias que trabalham com essa atividade, que são muitas famílias. Nós temos comunidades que trabalham recebendo turistas e, quando houve a retomada, para nós foi um alívio porque isso ia ajudar a botar um prato de comida na mesa, porque a atividade turística ia voltar”, lembra Viceli, que também é presidente da Associação-Mãe da RDS Rio Negro.

A RDS do Rio Negro é uma das 42 Unidades de Conservação geridas pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Ela abriga 19 comunidades que vivem basicamente da agricultura familiar, da pesca e, também, do turismo.

“Uma coisa que a secretaria tem colocado como meta nessas unidades de conservação é esse olhar não somente para o ambiental, mas para o social, para a vida econômica das famílias. Então, é importante empreender esses esforços no desenvolvimento sustentável, como no ecoturismo”, destaca Miqueias Santos, gestor da RDS do Rio Negro.

Mais sobre o evento – A reunião anual da Força-Tarefa do GCF será dividida em debates temáticos que se alinham com o Plano de Ação de Manaus (MAP), inicialmente discutido, ano passado, na Conferência das Partes, a COP26, em Glasgow, na Escócia.

O MAP vai traçar um caminho para a rede da Força-Tarefa do GCF nos próximos anos, abordando as áreas: 1. Conhecimento, Tecnologia e Inovação; 2. Governo e Políticas Públicas; 3. Pessoas e Comunidades; e 4. Finanças e Investimento. O evento também será transmitido simultaneamente no site: www.gcftf.org.

Levando o nome da cidade sede do evento, o MAP é a estratégia global a ser lançada durante a reunião, com o objetivo de orientar as próximas ações do GCF. Na ocasião, o documento será oficialmente lançado e assinado pelos delegados membros da força-tarefa.