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Sofia Manzano (PCB) quer a revogação da reforma, do teto de gastos e redução dos privilégios.
A economista e professora universitária Sofia Manzano é a candidata do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à presidência da República.
20/09/2022 22h36
Por: Paulo Amâncio Fonte: Da Redação IBI
A candidata Sofia Manzano propõe a ampliação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para todos os estados. Foto: Reprodução internet PCB

O candidato a vice é o também pecebista Antônio Alves. Seu programa de governo, intitulado "Um programa anticapitalista e anti-imperialista para o Brasil", possui 19 páginas e é descrito pela candidata como uma "ferramenta ideológica de luta". O texto faz críticas aos 13 anos de governos petistas e às gestões seguintes de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o documento, uma “ofensiva contra o povo, com a devastação das condições de trabalho, entrega do patrimônio público ao capital nacional e internacional e aumento da miséria entre amplas camadas da população”, foi intensificada no país após o impeachment de Dilma Rousseff (PT),

“É por isso tudo que, nas eleições de 2022, mesmo reconhecendo no bolsonarismo a principal ameaça à classe trabalhadora, o Partido Comunista Brasileiro apresenta de maneira independente seu programa e suas convicções revolucionárias. Não podemos nos contentar com as alternativas políticas reformistas, que propõem a derrota do governo Bolsonaro por meio de um grande pacto de conciliação nacional entre os movimentos populares e os golpistas, entre a classe trabalhadora e seus exploradores”, diz o programa, com relação às alianças engendradas pelo ex-presidente Lula (PT).

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As propostas estão divididas em duas áreas principais: programa emergencial, que reúne “reivindicações imediatas da classe trabalhadora na luta contra a ofensiva burguesa”; e o programa da revolução brasileira, com propostas de reorganização da economia.

No programa emergencial, há 21 pontos, desde a "revogação de todas as contrarreformas neoliberais", a criação de lei de responsabilidade social - com a restrição de "privilégios e vencimentos altos mandatários dos poderes civis e militares", combate ao desemprego, reforma tributária, moradia, educação e cultura.

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O documento propõe a expansão do sistema público de saúde, com a reversão das privatizações e a revogação dos contratos de todas as organizações sociais no setor, bem como a estatização de todo o setor privado de saúde, incluindo a rede de assistência (hospitais, serviços ambulatoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico), setores de pesquisa e produção de fármacos, imunobiológicos, hemoderivados e de insumos, indústria de material médico-hospitalar e de equipamentos. O texto prevê ainda a proibição das comunidades terapêuticas e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) dentro da perspectiva da luta antimanicomial.

A proposta prevê uma reforma política com o fim do Senado e a instituição de um Parlamento Unicameral. O documento cita também que, para garantir que os representantes eleitos cumpram os programas e reivindicações de quem os elegeu, os mandatos poderão ser revogados pela população. Segundo o programa, a medida visa garantir uma representação de acordo com os interesses populares.

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A candidata Sofia Manzano propõe ainda a ampliação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para todos os estados, com investimentos e abertura da programação para as universidades públicas, escolas e movimentos populares. O programa prevê a redução do prazo de concessão pública dos grandes meios de comunicação para cinco anos, tendo em vista a sua estatização a longo prazo.

Na área econômica, o chamado programa da revolução brasileira defende, entre suas principais bandeiras, a estatização e o controle público das instituições financeiras. “Essa é uma medida indispensável para qualquer transição para uma nova economia baseada nos interesses da maioria trabalhadora do povo”, diz o programa. O documento prevê também a criação do Banco Único dos Trabalhadores.

O programa inclui a convocação de uma Assembleia Constituinte de Novo Tipo, com uma representação que corresponda à maioria social do país e às organizações de massas dos trabalhadores. A proposta prevê a reversão do "sistema que transforma as maiorias sociais em minorias na representação política. Essa Assembleia deverá ser constituída da seguinte forma: metade será eleita pelo voto universal e metade, pelo movimento operário e popular da cidade e do campo".

Militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro) desde 1989. Formada em Economia, com mestrado e doutorado na área, Manzano é professora na UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) desde 2013. Na instituição, ela desenvolve pesquisas acadêmicas sobre mercado de trabalho e desigualdade social.

A pré-candidata foi vice-presidente da Adusb (Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), vinculada ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), em 2015 e 2016. Em 2015, foi parte do comando de greve de universidades estaduais da Bahia. 

Anteriormente, ela foi professora em universidades particulares de São Paulo. Nesse período, também atuou no movimento sindical. 

No início de sua militância, foi presidente da União da Juventude Comunista (UJC). Em 2014, foi vice na chapa de Mauro Iasi, então candidato do PCB à Presidência. 

Casada, Manzano também é musicista (toca piano e flauta) e mãe de um filho.

 

Ficha da candidata

Nome - Sofia Manzano

Vice - Antônio Alves (PCB)

Partido - PCB

Idade - 51 anos

Data de nascimento - 19/05/1971

Ocupação - Economista, professora e pesquisadora

Grau de instrução - Graduada em Economia, tem mestrado em Desenvolvimento Econômico e doutorado em História Econômica

Estado Civil - Casada

Município de nascimento - São Paulo (SP)