Mais de seis mil pessoas deram o tom típico da festa, embalados por trios nordestinos ou bandas de sanfoneiros com direito a muito forró pé de serra e, de porta em porta, o folião ainda conquistou com um sorriso o milho, amendoim e licor que fazem esta época do ano ser ainda mais especial e integrativa.
Saindo da Rua São Jorge, vestidos de Lampiões e Marias Bonitas, os Cangaceiros de Ipitanga tomaram a Avenida Mário Epinghaus em direção a Praça João Thiago dos Santos empunhando suas espingardas e pistolas de madeira. “Estamos completando 11 anos de existência e vivenciando esse momento de forma ainda mais especial depois de dois anos sem desfilar”, declarou o vereador e movimentador cultural, Edvaldo Ferreira.
O bloco, dividido em alas com direto a noiva e a participação da Quadrilha Sanfona de Ouro, chamou a atenção pela alegria e entusiasmo dos participantes. “São João sem desfile não tem graça. Como é bom ter nossa festa de volta”, falou Doralice Ferreira, assistindo o bloco passar da sacada de sua casa. Assim como ela, Virgínia Fonseca era só entusiasmo: “Estava esperando os Cangaceiros para começar a farriar”, disse sorrindo.
Se de um lado tinha os Cangaceiros, do outro o bloco Sanfona do Povo, composto por pessoas que praticam aulas de forró durante o ano inteiro, ensinava pelas ruas a beleza da dança mais tradicional do nordeste. “Dançar forró é muito fácil, deixa o ritmo levar você, se entrega e vai”, falou a dona de casa, Maricelia Soares. Ela, que já dança há mais de seis anos, disse que ficar sem São João foi muito ruim. “Não tem momento melhor que esse”, afirmou.
Já o bloco Arrasta Jegue, puxado por artistas locais como Zé de Tonha, Fuscão e Samba e banda Pincel, mostrou que mesmo após 22 anos de existência mantém a animação dos iniciantes. “Arrasta Jegue é cultura, é São João e é Lauro de Freitas”, declarou o folião Antônio Silva, que participa desde a fundação do bloco.