Ex-ministro da Educação e homem de confiança do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Milton Ribeiro, 64, foi preso hoje pela Polícia Federal em uma operação batizada “Acesso Pago”. A ação apura indícios de pagamento de propina e atuação de lobistas no processo de liberação de verbas do ministério a municípios.
Ribeiro é suspeito de realizar tráfico de influência a fim de beneficiar aliados com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão do MEC controlado por políticos do centrão. O caso foi revelado inicialmente em reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”. O inquérito da PF cita ao menos quatro investigados, e há ainda indícios de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
Também foi detido hoje o pastor Gilmar Santos, um dos dois religiosos ligados ao ex-ministro e que foram citados como lobistas do “balcão de negócios” no ministério. O segundo é Arilton Moura — a Polícia Federal não informou à imprensa a situação dos demais alvos das diligências.
No total, são quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão distribuídos entre quatro estados (São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Pará). O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão, conforme o artigo 332 do Código Penal.