Este é resumo do artigo de 16 páginas que tem por objetivo apresentar como enfrentar as ameaças localizadas ou globais contra os seres humanos provocadas pelas forças da natureza existentes no planeta Terra. As ameaças contra os seres humanos provocadas pelas forças da natureza existentes no planeta Terra dizem respeito aos terremotos e tsunamis que podem atingir áreas determinadas do planeta, às erupções de vulcões que podem atingir áreas determinadas do planeta ou ter impacto global, ao esfriamento do núcleo do planeta Terra e à inversão dos polos magnéticos da Terra, ambos com impacto global.
1. Como lidar com os terremotos e tsunamis.
As placas tectônicas são algumas partes que compõem a crosta terrestre. Existem 28 placas tectônicas na Terra. As placas tectônicas são classificadas em três grupos. As grandes placas são a Norte-Americana, a Euroasiática, a Indoaustraliana, a Africana, a Antártica, a Pacífica e a Sul-Americana, onde se localiza o Brasil. As placas secundárias são as de Cocos, a das Caraíbas, a de Nazca, a Filipina, a Arábica, de Anatólia, a da Escócia e a Juan de Fuca. As demais são classificadas como microplacas. As fronteiras entre as grandes placas e as placas secundárias marcam os pontos de maior risco de terremotos no planeta. A maior incidência de terremotos ao redor do planeta está, portanto, nas fronteiras entre as placas tectônicas. De todos terremotos registrados pela humanidade, aproximadamente 90% deles se distribuem nestas longas fronteiras entre as placas. Eles acontecem quando há um choque entre as placas. Quanto maior a velocidade a qual a placa se movimenta, mais grave será o abalo sísmico.
As regiões de mais risco de terremotos estão localizadas nas fronteiras das placas tectônicas na costa americana do Oceano Pacífico, do Chile ao Canadá, e no Japão. Também são regiões de risco a Ásia Central (do Himalaia ao Irã) e o Mediterrâneo (Marrocos, Argélia e Turquia). O país mais avançado nas ações de prevenção e de precaução contra terremotos é o Japão, que é considerado o país melhor preparado para enfrentar terremotos. O território japonês está localizado em uma área sísmica e é por isso que o país tem tantos vulcões, alguns ainda ativos. Esse, também, é o motivo de ser uma região bastante afetada por terremotos e tsunamis. Estes são eventos que acontecem em intensidades diferentes. Ao longo dos anos, o Japão tem investido bilhões de dólares desenvolvendo novas tecnologias que ajudem seus cidadãos e infraestruturas contra abalos e tsunamis. O fato de o Japão estar situado no encontro de três placas tectônicas (Pacífico, Euroasiática Oriental e das Filipinas) é a causa dos frequentes abalos sísmicos que o país enfrenta de tempos em tempos.
Diante dos frequentes terremotos, o Japão apresenta estratégias para a redução de danos e proteção da população. Treinamentos de como agir durante os terremotos são realizados gratuitamente pelo corpo de bombeiros que contribuem muito para a proteção dos japoneses, mas o diferencial está na engenharia. Os edifícios apresentam em suas fundações um sistema de molas para absorver os tremores. Nas junções entre as colunas é colocado um material especial que dissipa a energia quando a estrutura se movimenta em direções opostas. Quando os edifícios estão muito próximos, uma mola é colocada entre eles para que não ocorram eventuais choques. Em todos os andares, estruturas de aço internas nas paredes ajudam a suportar o peso do prédio. Outra tecnologia importante é o uso de pêndulos para amortecimento inercial. Uma esfera suspensa e pesada movimenta o prédio no sentido contrário às vibrações ocasionadas pelo terremoto. Controlado eletronicamente, esse mecanismo diminui as vibrações dos prédios em até 60%.
Os japoneses aprendem desde cedo como se portar durante um terremoto, com treinamentos frequentes que acontecem nos escritórios, nas escolas etc. As emissoras de TV e rádios do país têm a função de avisar com minutos de antecedência caso um grande terremoto seja detectado. Assim as pessoas têm tempo de sair de casa e seguir para um local seguro. As casas devem sempre estar preparadas para tremores menores. As construções mais modernas já são feitas para resistir aos terremotos, com amortecedores na fundação e outras tecnologias. Objetos pesados nunca ficam em locais altos ou que possam cair facilmente e toda casa deve ter um kit de sobrevivência com água, comida e lanterna para casos mais extremos. Durante os tremores a recomendação é se abrigar debaixo de uma mesa para se proteger caso algo venha a cair. É preciso, também, desligar fogão, aquecedores e gás, tirar aparelhos elétricos da tomada e deixar a porta de entrada aberta para garantir uma saída. Se estiverem no trem ou dentro de estabelecimentos comerciais, os japoneses seguem as instruções dos funcionários que são treinados para orientar as pessoas nestas situações. Se estiverem na rua, os japoneses procuram um local seguro e ficam longe de postes, muros e prédios. Em regiões litorâneas, seguem para um local alto e o mais afastado possível do mar, para se protegerem em caso de tsunami. 52
Medidas de prevenção e de precaução devem ser adotadas porque não é possível saber quando ocorrerão terremotos. Devido às dificuldades de prever terremotos, todos os avanços na área estão concentrados em seu monitoramento. Há alguns trabalhos com equipamentos de GPS de alta precisão, em que eles conseguem ver os movimentos de placas tectônicas. Quanto aos tsunamis causados como consequência de terremotos nos oceanos, eles podem ser previstos de forma rápida e eficiente com a ajuda dos sismógrafos. Ocorrendo o terremoto, se consegue rapidamente definir o epicentro deste tremor, que é a projeção dele na superfície. Com esta intensidade, é possível conseguir fazer a modelagem com que essa onda vai sair, verificar a sua velocidade e checar em quanto tempo ela vai atingir vários locais. Esta informação é fundamental para acionar planos de evacuação das populações em caso de tsunamis.
2. Como lidar com as erupções de vulcões.
Os vulcões são aberturas em montanhas e na superfície da Terra que expelem gases, fogo e lava. O planeta Terra possui atualmente muitos vulcões ativos que são fraturas ou aberturas na superfície terrestre por onde são expelidos materiais que têm origem no interior do planeta, como lava, gases e outros materiais chamados de “piroclastos”. Os vulcões surgem quando as chamadas placas tectônicas que fazem parte da crosta terrestre se chocam, movimentando o material presente sobre elas e deixando aberturas para camadas mais profundas do planeta. Os vulcões ocorrem geralmente, em locais que possuem intensa movimentação das placas tectônicas. Por essas aberturas pode sair o magma sob a forma de lava. A estrutura do vulcão é constituída por uma câmara magmática, uma cratera vulcânica, um cone, uma chaminé e, em alguns casos, há saídas laterais ou periféricas (chaminés secundárias).
Existem aproximadamente 1.500 vulcões ativos em todo o planeta Terra e, anualmente, em nosso planeta, cerca de 70 vulcões entram em erupção. Os vulcões inativos podem voltar a ser ativos. Os supervulcões como o Pinatubo nas Filipinas, Krakatoa, Semeru e Merapi na Indonésia, Yellowstone nos Estados Unidos e Fagradalsfjall na Islândia podem gerar efeitos globais que podem levar à extinção das espécies e da vida no planeta a depender da escala de suas erupções. Conforme a publicação científica Nature Geoscience, pesquisadores canadenses da universidade de Calgary descobriram evidências para explicar como grandes erupções de vulcões, ocorridas há 250 milhões de anos, acabaram com um ciclo de vida na Terra. Um estudo publicado pela renomada revista "Science" traz evidências de que a atividade intensa de vulcões há cerca de 200 milhões de anos levou provavelmente à extinção de cerca de metade das espécies de animais da Terra no período.
Os cientistas têm usado há bastante tempo dados vindos de satélites, equipamentos de sensibilidade sísmica e outras fontes para detectar erupções de vulcões que estão para acontecer. É possível prever erupções vulcânicas com o monitoramento constante dos vulcões para prevenir desastres de proporções catastróficas adotando planos de evacuação de populações nas áreas abrangidas pelos vulcões. Todas estas medidas devem ser adotadas, sobretudo, nos países onde há mais ocorrência de erupção de vulcões no mundo.
3. Como lidar com o esfriamento do núcleo do planeta Terra.
O núcleo da Terra fica a quase 3 mil km de profundidade da crosta terrestre (a camada mais externa do planeta). As temperaturas do núcleo do planeta Terra podem flutuar entre 4.400° C e 6.000° C, isto é, com temperaturas similares às do Sol. O núcleo interno da Terra é uma esfera sólida, composta majoritariamente de ferro. O núcleo externo é formado por um líquido maleável, composto de ferro e níquel. É no núcleo externo que se forma o campo magnético da Terra. A colossal quantidade de energia térmica que emana do interior do planeta Terra coloca em marcha fenômenos como o movimento das placas tectônicas e a atividade vulcânica. Uma pesquisa recente calculou que o centro da Terra está esfriando mais rápido do que se pensava. Com o esfriamento do núcleo da Terra, as placas tectônicas desaceleram mais rápido do que o esperado. Sem a atividade do núcleo, os vulcões não entrariam em erupção. Mas sem o calor do interior da Terra, peixes e plantas que vivem no fundo do mar estariam ameaçados, o que causaria um grande desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta.
Outro grande problema é o de que o campo magnético terrestre, essencial para a vida na superfície do planeta Terra, ficará muito enfraquecido ou desaparecerá por completo. A radiação cósmica e a radiação solar, corrente de partículas carregadas emitidas pelo Sol, nos atingirá diretamente e irá deteriorar nossa atmosfera. Para lidar com o esfriamento do núcleo do planeta Terra que permaneceu quente por mais de 4,5 bilhões de anos, mas que lenta e inevitavelmente está esfriando, é bastante importante que haja um constante monitoramento da temperatura do núcleo do planeta Terra para adotar, quando necessário, estratégias de fuga de seres humanos para locais que possam ser habitados no sistema solar, como Marte, com possibilidade de abrigar seres humanos, antes da perda do campo magnético da Terra e do desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta.
4. Como lidar com a inversão dos polos magnéticos da Terra.
Existem evidências que sugerem que um processo de inversão dos polos magnéticos da Terra está em pleno andamento quando o sul muda de lugar com o norte, cujo evento pode desencadear uma série de efeitos cataclísmicos. Entre as catástrofes está o deslocamento dos continentes, a ocorrência de violentos terremotos, a extinção de milhares de espécies e a acentuada mudança climática. Centenas de inversões dos polos magnéticos já ocorreram em nosso planeta. De acordo com os cientistas, o campo magnético da Terra vem mostrando crescentes sinais de enfraquecimento durante os últimos 160 anos. A troca de polos — quando o sul muda de lugar com o norte — acontece quando agrupamentos de átomos presentes no ferro fundido do núcleo da Terra sofrem um realinhamento. Pouco a pouco esses agrupamentos (que funcionam como pequenos ímãs) vão aumentando de tamanho, influenciando o restante do núcleo e provocando a inversão do campo magnético.
Um enfraquecimento no campo magnético fará com que a Terra fique mais vulnerável às tempestades solares, satélites artificiais, sistemas de telecomunicações e redes de energia elétrica fiquem danificadas afetando nossas vidas. Talvez um dos piores cenários se apresentaria se os continentes realmente se deslocassem graças à inversão dos polos magnéticos. Outro dos efeitos mais dramáticos seria o forte enfraquecimento do campo magnético um pouco antes da troca dos polos magnéticos, o que tornaria a Terra mais vulnerável à radiação resultante de eventuais tempestades solares. As partículas emitidas pelo Sol poderiam interagir com a atmosfera terrestre, desencadeando uma série de reações químicas que resultariam em buracos na camada de ozônio que, por sua vez, resultariam em vários problemas para os seres humanos. Na opinião de alguns pesquisadores, processos como esse podem ter provocado há 42 mil anos o desaparecimento de várias espécies, entre elas os Neandertais. Há 42 mil anos, o mundo enfrentou alguns séculos de condições apocalípticas causadas por uma reversão dos polos magnéticos da Terra combinada com mudanças no comportamento do Sol. Essa é a principal descoberta em novo estudo multidisciplinar, publicado na revista Science.
Muito provavelmente, mudanças dramáticas e altos níveis sem precedentes de radiação ultravioleta levaram os primeiros humanos a buscar refúgio em cavernas, o que explica o aparente florescimento repentino da arte rupestre em todo o mundo há 42 mil anos. Diante da ameaça contra os seres humanos representada pela inversão dos polos magnéticos da Terra que faria com que nosso planeta perdesse completamente seu escudo eficaz contra a radiação solar e radiação cósmica e muitas partículas penetrantes do espaço entrariam na parte superior da atmosfera causando a perda de ozônio estratosférico, é bastante importante que haja um constante monitoramento da inversão dos polos para avaliar seus efeitos. Para proteger os seres humanos durante o processo de inversão dos polos magnéticos da Terra, é preciso construir em todo o planeta habitações subterrâneas e cidades subterrâneas capazes de abrigar a vida humana protegendo-a das radiações cósmica e solar e adotar, quando necessário, estratégias de fuga de seres humanos para locais que possam ser habitados no sistema solar, como Marte, com possibilidade de abrigar seres humanos, durante a perda do campo magnético da Terra.
Pelo exposto, é preciso que sejam implementadas as ações acima descritas para lidar com as ameaças de terremotos e tsunamis, as erupções de vulcões, o esfriamento do núcleo do planeta Terra e a inversão dos polos magnéticos da Terra. Mas, além dessas ações, é preciso que seja montada uma estrutura mundial, uma Organização Mundial de Defesa Contra Catástrofes Naturais de abrangência global vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas) que tenha capacidade de coordenar tecnicamente as ações dos países em todo o mundo no enfrentamento dessas ameaças. A constituição deste órgão é absolutamente necessário
Eu aproveito a oportunidade para informar aos amigos que, devido à insuficiência cardíaca, eu me submeterei ao implante de marcapasso que poderá ocorrer nos próximos 10 dias, aguardando a autorização do plano de saúde.
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