Iniciativa inédita vai destravar investimentos privados no setor de geração de energia elétrica de Santa Catarina – Foto: Roberto Zacarias/SECOM
Criado pelo Governo de Santa Catarina em 2024 com o objetivo de destravar investimentos no setor energético, o Programa Energia Boa superou as expectativas iniciais e prevê viabilizar um investimento histórico para projetos de geração de energia elétrica. Já são mais de 120 projetos cadastrados no programa, entre unidades geradoras de fontes hidrelétrica, eólica e solar. A estimativa da primeira etapa é garantir o investimento privado de cerca de R$ 3 bilhões, mas o valor pode chegar até R$ 13 bilhões em etapas futuras.
O governador Jorginho Mello defende que a iniciativa é estratégica para o estado. “O Programa Energia Boa é pioneiro no país e vai dar mais segurança energética para Santa Catarina. A nossa economia está crescendo acima da média nacional, principalmente a indústria, e a maior oferta de energia é para possibilitar esse avanço de forma sustentável. Além disso, o grande número de projetos cadastrados mostra que os empreendedores aprovam a iniciativa e querem investir em Santa Catarina”, diz.
O Energia Boa prevê uma cooperação entre investimentos públicos e privados. Enquanto o Governo de Santa Catarina investe na construção de subestações e redes de transmissão por meio da Celesc, os investimentos privados são voltados para construção de unidades de geração de energia. A infraestrutura pública serve para garantir a interligação das unidades geradoras com a rede, ou seja, viabilizando os projetos privados.
Nesta primeira etapa, o Programa atende as regiões do Planalto Serrano e Meio-Oeste, onde o Governo do Estado, por meio da Celesc, vai investir R$ 570 milhões a fim de viabilizar R$ 3 bilhões em investimentos privados. No entanto, a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviço (Sicos) já recebeu propostas para outras regiões, como o Grande Oeste e o Vale do Itajaí. Com isso, o investimento pode subir para R$ 13 bilhões, com geração de até 1,3 GW.
Para Silvio Dreveck, secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço, o programa vai impulsionar a competitividade da economia catarinense. “Santa Catarina tem um potencial energético muito grande, especialmente de energia renovável. Este Programa é fundamental para tirar esses projetos do papel e colocar Santa Catarina em um novo patamar de oferta energética. Assim, o estado terá mais geração distribuída e energia limpa, o que é estratégico para nossa economia e meio ambiente”, destaca.
“A Celesc tem orgulho de ser parceira do Programa Energia Boa, que representa um divisor de águas para o setor energético catarinense. Ao ampliar a infraestrutura de distribuição, estamos criando as condições necessárias para que os investimentos privados se concretizem e aumentemos a oferta de fontes de energia renovável em nosso estado. É a energia sustentável que traz desenvolvimento econômico, geração de empregos e qualidade de vida para Santa Catarina”, acrescenta Tarcísio Rosa, presidente da Celesc.
A maior parte dos projetos cadastrados no Programa Energia Boa é de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), explorando a grande oferta hídrica de Santa Catarina. No entanto, também há projetos prevendo geração solar e eólica, assim como possibilidade de geração por biomassa.
Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo de energia elétrica em Santa Catarina cresceu 4,5% nos últimos 12 meses. O percentual ficou bem acima da média brasileira, de 2,1% no mesmo período. Os consumidores do chamado mercado livre, formado por médias e grandes empresas, puxam a alta no consumo.
O secretário adjunto da Sicos, Jonianderson Menezes, destaca os efeitos positivos para a economia catarinense. “A indústria catarinense cresceu 7,7% no último ano. Com maior produção , maior demanda por energia. Além de impulsionar a geração e distribuição, o Programa vai gerar mais emprego porque as indústrias vão conseguir ampliar as suas plantas. Os comércios vão ampliar suas operações. Além disso, em vários locais do estado nós temos energia monofásica e o Programa possibilita, inclusive, passar para energia trifásica”, destaca.
O Energia Boa é capitaneado pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviço (Sicos), com participação das secretarias da Fazenda (SEF), de Planejamento (Seplan), de Meio Ambiente e Economia Verde (Semae), e órgãos vinculados ao estado como BRDE, Badesc, Jucesc, Celesc, SCGÁS e IMA. A Federação das Indústrias de SC (Fiesc) e a Associação dos Produtores de Energia de SC (Apesc) também integram as discussões.