Desde que o Projeto UNA Parque foi implantado em Marabá, em 12 de março, a paisagem às margens do rio Tocantins ganhou novos contornos com as canoas deslizando pelas águas, alunos praticando ioga, cultivando hortas e o sorriso de quem, muitas vezes, participa pela primeira vez destas atividades. Passado um mês e meio, o projeto chega à metade da duração inicial de três meses, com uma avaliação bastante positiva dos coordenadores, educadores e, principalmente, dos participantes.

Voltado para pessoas com deficiência, o Projeto UNA oferece gratuitamente atividades esportivas, educativas e culturais como canoagem, stand-up paddle, ioga e hortas comunitárias. A proposta, que integra esporte, inclusão social e bem-estar, vem sendo bem recebida pela comunidade, com adesão crescente a cada semana.

A coordenadora do projeto em Marabá, Leila Arnold, faz uma avaliação animadora desse primeiro ciclo. “A adesão está sendo muito boa. A gente tem um público fixo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) pela manhã, que está sempre conosco de segunda a quinta. Eles já evoluíram bastante, já estão remando com mais segurança. Mesmo com as chuvas, sentimos o progresso diário deles”, contou Leila.

As tardes também vêm sendo bem movimentadas, com turmas diversas e participação do público geral. “Temos conseguido preencher praticamente todas as vagas das três turmas vespertinas, e ainda conseguimos encaixar novos interessados. A receptividade da comunidade tem sido excelente. É um retorno que nos mostra que estamos no caminho certo”, completou.

Para o professor Marcelo Luis Américo, da APAE, o reflexo do projeto pode ser visto no entusiasmo dos alunos. “Os meninos ficam motivados, se fala muito lá na APAE sobre o UNA. É o dia deles, sabe? A alegria deles em vir é visível. E alguns têm se destacado bastante, como um aluno que temos, o Ítalo, que já rema sozinho. É muito gratificante ver esse desenvolvimento”, relatou.

João Júnior, professor de canoagem, reforça esse sentimento. “A gente tem percebido um crescimento notável no desempenho dos alunos, especialmente os da APAE. Alguns têm tanto potencial que, se forem incentivados, podem até se tornar atletas. O projeto chegou para somar. Nossa esperança é que projetos que nem esse permaneçam por aqui por mais tempo, porque fará muita falta”, declarou.

Cultivando autonomia

Na horta comunitária, os resultados também florescem. Milton Francisco, professor responsável pela atividade, destaca como os participantes já pensam além do projeto. “Eles falam em levar as mudas para casa, em montar hortas nos quintais. Uma das alunas já tem até a própria horta em casa e está animada com a possibilidade de ampliá-la com o que está aprendendo aqui”, pontua.

Segundo Milton, o método é prático e voltado à autonomia. “Desde o início, fazemos o plantio juntos. Já cultivamos coentro, cebolinha, manjericão, hortelã, mastruz, alface, rúcula… Tudo com a ideia de mostrar que é possível fazer isso no quintal de casa. E eles estão vendo que é, sim”, afirmou.

A aluna Amanda Cristina é uma das que sente de perto a evolução e a alegria de participar do projeto. “Eu gosto muito de vir aqui. Gosto de aprender, da água, das plantas. Fico feliz sempre. É todo mundo muito bonito”, comenta a aluna.

Inscrições ainda abertas

Mesmo com o andamento avançado, o projeto ainda está aceitando novos participantes. As inscrições podem ser feitas presencialmente, no local das atividades. O projeto está previsto para seguir até o dia 10 de junho.

O projeto com apoio da Prefeitura de Marabá, por meio das Secretaria de Assistência Social Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), de Esporte e Lazer (Semel) e de Agricultura (Seagri).

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Lúcio Silva

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