A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais (Cesipt), realizou de 10 a 14 de março ação de saúde no município de Acará, na Região de Integração Tocantins, voltada a alunos da rede municipal de educação, especialmente aqueles contemplados pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE).
A iniciativa, fruto da parceria entre Sespa e Secretaria Municipal de Educação do Acará (Semed), fez parte do Projeto “Parceiros da Educação: de mãos dadas por uma educação cada vez mais humanizada e inclusiva”, e contou com a colaboração de várias instituições, como a Universidade Federal do Pará (UFPA), Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) e Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR).
Para Tatiany Peralta, coordenadora da Cesipt, a ação reafirma o compromisso da Sespa com a inclusão e o acesso à saúde. “O atendimento às populações tradicionais exige estratégias específicas, pois estamos lidando com territórios amplos e comunidades que enfrentam diversas barreiras de acesso aos serviços de saúde. A parceria com instituições de referência foi fundamental para levar um atendimento qualificado, respeitando a diversidade e as necessidades desses alunos e suas famílias. A expectativa é ampliar essas ações, garantindo um suporte contínuo e cada vez mais estruturado”, informou a coordenadora.
A ação foi dividida em duas frentes: serviços ofertados pela Sespa e UFPA para as comunidades rurais do Baixo Acará, e os atendimentos das equipes multiprofissionais do Hospital de Clínicas e do CIIR. As atividades começaram no dia 10 de março com uma formação para os profissionais da educação, reforçando a conexão entre saúde e ensino. De 11 a 14 de março, as equipes se deslocaram até comunidades ribeirinhas e quilombolas, levando assistência a moradores de Boa Vista I, Itacoã, Sítio Novo, Júlio Cézar e Nínive.
Atendimento especializado- Foram realizados 6.549 atendimentos, incluindo consultas médicas, dispensação de medicamentos, regulação para marcação de consultas e exames especializados e cadastro para emissão de passe livre intermunicipal para pessoas com deficiência (PcD), além de solicitações de cadeiras de rodas, órteses e próteses.
A ação também incluiu a coleta para exames laboratoriais e PCCU (preventivo do câncer de colo do útero), palestras sobre higiene bucal e distribuição de kits para crianças. As equipes multiprofissionais foram compostas por neuropsicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos e assistentes sociais.
Olhar atento- Lorena Alves, técnica do Cesipt, também destacou a importância do projeto inovador. “Ainda estamos mensurando o impacto dessa ação pioneira para a saúde das crianças atendidas pelo AEE no Acará. A articulação da Sespa com instituições como UFPA, Hospital de Clínicas Gaspar Vianna e CIIR, que permitiram a construção de um novo modelo de atendimento, considerando a diversidade territorial e étnica já presente no trabalho da Cesipt, mas agregando o desafio das diferentes deficiências físicas e intelectuais das crianças ribeirinhas e quilombolas. Esse olhar atento e diferenciado será essencial para o desenvolvimento de novas estratégias de cuidado”, disse a técnica.
A iniciativa reforça o compromisso da Sespa em garantir acesso à saúde para populações em situação de vulnerabilidade. A ação também fortalece a parceria entre saúde e educação, promovendo inclusão e qualidade de vida. Novas edições devem ser realizadas ao longo de 2025, ampliando o atendimento às demais regiões de Acará, consolidando essa estratégia como um modelo de cuidado integral e humanizado.
Texto: Bianca Botelho – Ascom/Sespa