Cuidadoras compartilham histórias em círculo de diálogo para compartilhar experiências sobre os desafios da internação prolongada

Em um círculo de diálogo para compartilhar experiências sobre os desafios da internação prolongada, as cuidadoras de pacientes do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), reforçaram os laços umas com as outras e se fortaleceram enquanto mães e mulheres que acompanham seus filhos em longos períodos no hospital. O evento, realizado na última sexta-feira (14), foi conduzido por Regiane Almeida, autora do livro Corações Prematuros, em parceria com a equipe de profissionais do Escritório de Experiência do Paciente do hospital.

“Devido à prematuridade, a maternidade passou a representar, para mim, uma jornada de superação, fé e aprendizado. Foi por meio dela que descobri minha força como mãe, aprendi a valorizar cada pequeno avanço e encontrei um propósito maior: apoiar outras mães que passam por essa experiência desafiadora”, relata Regiane.

Para a assistente social do Hias, Beatriz Dias, são momentos como estes que fazem com que as acompanhantes escutem e cuidem umas das outras. “Ao conhecerem experiências de outras mulheres e filhos — como o relato da convidada —, elas encontram apoio mútuo e inspiração para enfrentar os desafios do processo. Esses relatos tornam-se uma fonte de coragem e motivação para superar as dificuldades”, explica.

Durante o encontro, elas choraram e se solidarizaram umas com as outras. Crisley Fonteles, 24, empregada doméstica, mãe de Benjamin, de 8 meses, contou que a atividade foi uma forma de quebrar um pouco a rotina do hospital e fortalecer vínculo. “Sem dúvida, o que mais marcou o encontro foi a oportunidade de ouvir outras mães, perceber que compartilhamos medos, inseguranças e esperanças semelhantes”.

Corações Prematuros

Publicado em 2024, o livro “Corações Prematuros: a luta de uma mãe para salvar seus gêmeos” narra a jornada de Regiane, mãe de gêmeos prematuros, Rebeca e Miguel. Na obra, ela compartilha os momentos de angústia e superação, além de destacar o apoio essencial dos profissionais do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), local onde os bebês estiveram internados, durante esse período desafiador.

“A literatura é a ponte que transforma essa vivência em inspiração. Escrever sobre a prematuridade me permite compartilhar minha história, acolher outras mães e dar voz a uma realidade que muitas enfrentam em silêncio. Por meio das palavras, levo esperança, informação e empoderamento, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis, sempre há luz no caminho”, finaliza Regiane.

A prematuridade ocorre quando um bebê nasce antes de completar 37 semanas de gestação. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dez bebês nascidos, um é prematuro, e a cada 40 segundos, um desses bebês perde a vida.