A secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc) promoveu, nessa terça-feira (25), uma roda de conversa sobre o raça e gênero no contexto do racismo ambiental, crise climática e desigualdade social. O objetivo foi realizar um amplo debate sobre as principais dificuldades, perspectivas e situações climáticas no Piauí.
Participaram do evento representantes das secretarias da Educação, Segurança, Mulheres, Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos, Defesa Civil, Coordenadoria da Juventude (Cojuv), dentre outras.
A superintendente de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários da Sasc, Assunção Aguiar, ressaltou a importância do evento e a participação de representantes de vários órgãos públicos estaduais. “O racismo ambiental e a situação climática, nos atinge diretamente. Quando pensamos em situações complicadas, vivenciadas pelas comunidades, essas pessoas têm cores e a maioria são pessoas pretas, mulheres e pessoas pobres”, destacou a superintendente.
O diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil, Werton Costa, explicou que essa é uma discussão profundamente necessária. “Nós, que fazemos parte da Defesa Civil, constatamos matematicamente e estatisticamente esse fato quando verificamos que a maior parte das pessoas que estão em assentamentos, favelas, áreas de encosta, próximo de rios e lagoas, são comunidades negras, comunidades periféricas”, afirmou o diretor.
Ismael Mendes, professor universitário e assessor Senad/Fiocruz, destaca que o racismo ambiental é a discriminação que afeta as comunidades marginalizadas e são diretamente ligadas às pessoas pretas, indígenas ou pobres. “Tem várias formas de manifestar e várias formas de expressão desse racismo, seja ele por meio da poluição de ar, pela falta de acesso à água potável e saneamento básico, inundações de deslizamento de terra, doenças respiratórias, exclusão da participação da população nas tomadas de decisões e principalmente em alagamentos, construção de indústrias e etc”, complementou.