Nos dias atuais, o aumento do custo de vida tem gerado um sentimento de insatisfação e preocupação entre a população, especialmente em relação ao preço dos alimentos. O cenário não é fácil; muitos enfrentam dificuldades para garantir uma alimentação saudável e acessível. Recentemente, publiquei um artigo que abordou a dinâmica desse fenômeno, destacando a carne e o café, ambos produtos em que o Brasil se destaca como um dos maiores exportadores. A comercialização desses itens é influenciada por um mercado global, onde os produtores têm a liberdade de definir preços que refletem tanto a demanda interna quanto externa.
O impacto da moeda americana, o dólar, é um fator crucial que puxa os preços, afetando não apenas o Brasil, mas o mercado global de alimentos. Além disso, problemas climáticos têm exacerbado a situação, prejudicando a produção agrícola e, consequentemente, elevando os preços dos produtos da cesta básica. No entanto, uma luz no fim do túnel surge com a previsão do Ministro Fernando Haddad de que, a partir de março e abril, os preços dos alimentos possam começar a cair devido a uma boa safra.
Entretanto, ao analisarmos a realidade do sul da Bahia, somos levados a questionar: a alta dos preços dos alimentos é apenas resultado da baixa produção ou reflete uma falta de planejamento estratégico na agricultura local? A região é marcada pela longa luta contra a vassoura-de-bruxa, uma praga que devastou a produção de cacau há quase quatro décadas. Apesar de existirem soluções técnicas e políticas para reverter essa situação, a pergunta persiste: até quando viveremos com essa incerteza?
A cultura do cacau, que já foi a base da economia local, não é mais a única preocupação. A falta de diversificação na produção agrícola é alarmante. O que estamos plantando? A resposta a essa pergunta é fundamental. Se houver um investimento mais significativo na agricultura de subsistência, poderemos não apenas aumentar a oferta de produtos acessíveis, mas também criar oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico na região.
Portanto, é imprescindível que os atores envolvidos — desde os agricultores até os gestores públicos — unam esforços para revitalizar a agricultura local. Com um planejamento adequado e investimentos direcionados, o sul da Bahia pode não só enfrentar os desafios atuais do custo de vida, mas também trilhar um caminho de sustentabilidade e prosperidade para o futuro. Assim, a produção local pode se tornar uma aliada na luta contra a inflação, garantindo alimentos acessíveis e um futuro mais promissor para todos os seus habitantes.
Por: Erenilson Santos "Erê"
Graduado em Gestão Pública - Uniasselvi
Pós-graduado em Gestão Pública Municipal - UESC
MBA em Gestão Hospitalar - Faculdade Metropolitana
MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político - Facuminas
Radialista DRT/BA6315
Sócio efetivo ABI/Nacional.