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Emater cria força-tarefa para barrar o avanço do greening em novas regiões de Minas
Doença que atinge a citricultura já foi responsável pela erradicação de mais de um milhão de plantas no estado
17/02/2025 15h53
Por: Redação Fonte: Secom Minas Gerais

A Emater-MG está criando uma força-tarefa para impedir o avanço do greening em novas áreas com plantios de citros no estado. A doença que atinge as lavouras não tem cura e já foi responsável pela erradicação de mais de um milhão de plantas contaminadas em propriedades mineiras desde 2017, principalmente nos cultivos de tangerina.

A preocupação da Emater-MG agora é com as regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata, que vêm registrando, nos últimos anos, uma expansão de áreas comerciais dedicadas à cultura. São mais de dois milhões de plantas cultivadas recentemente.

“Produtores de tangerina de São Paulo e de outras regiões de Minas estão migrando para essas novas áreas, que ainda não foram atingidas pela doença. Além disso, há terras com preços mais vantajosos e maior disponibilidade de mão de obra. Isso tem gerado emprego e desenvolvimento nestas cidades, o que é ótimo. Mas se não houver uma prevenção contra a doença, em breve, muitos produtores poderão ter prejuízos”, alerta o coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio.

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Reunião com prefeitos

Nesta terça-feira (18/2), a Emater-MG irá promover, no município de Minduri, uma reunião com prefeitos e secretários de agricultura de vinte municípios das regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata.

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“Vamos abordar todos os cuidados preventivos que esses municípios devem adotar para evitar que a doença chegue às propriedades e repita o que aconteceu em outras regiões de Minas e de São Paulo. Os técnicos da Emater-MG foram capacitados para orientar agricultores sobre os meios de prevenção e como proceder, caso alguma planta apresente os sintomas da doença. Mas é preciso que a classe produtora e as prefeituras também participem efetivamente deste controle”, explica Sanábio.

Greening

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O greening é considerado a mais grave doença da citricultura. Nas plantas contaminadas pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus ocorrem a deformação, maturação irregular e queda dos frutos, além da morte das plantas. O greening é de difícil controle, pois é disseminado pelo psilídeo: um inseto que, se estiver contaminado, transmite a bactéria ao sugar a seiva das plantas de citros. Os sintomas surgem com mais rapidez na tangerina. Mas também há prejuízos severos nas lavouras de limão e laranja.

A doença apareceu no país em 2004. Em Minas Gerais, surgiu primeiro nas regiões do Sul e Triângulo Mineiro, que fazem divisa com São Paulo, grande produtor nacional de citros. No decorrer dos anos, a incidência do greening está avançando para outras regiões de Minas. A doença já foi registrada pelo IMA em 75 municípios do estado. E cerca de 200 estão no entorno das áreas de ocorrência, com risco de contaminação.

Nas lavouras onde a doença esteja presente, é obrigatório eliminar as plantas que testaram positivo em amostras enviadas a laboratórios credenciados pelo estado.

Entre as medidas de prevenção, está o uso de mudas sadias e de viveiros certificados. Também deve ser feito o controle do psilídeo. “O inseto se abriga numa planta ornamental, conhecida como murta, muito encontrada em praças e jardins. A presença da murta em locais com produção de citros deve ser evitada”, diz o coordenador da Emater-MG.

Outra medida recomendada é a erradicação de pomares e plantas velhas, que não produzem mais.