Segurança Sergipe
Polícia Civil resolve mais de dois mil casos de menor potencial ofensivo com mediação do Projeto Acorde
Quando não há entendimento entre as partes, são instaurados termos circunstanciados de ocorrência, que são remetidos para deliberação do Poder Judi...
05/02/2025 22h12
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe

Para solucionar crimes de menor potencial ofensivo de maneira pacífica e sem deliberações determinadas pelo Poder Judiciário, a Polícia Civil concretizou, em 2024, mais de 2,1 mil mediações por intermédio do Projeto Acorde, uma iniciativa entre a instituição de segurança pública e o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE). Quando a mediação não é aceita pelas partes envolvidas no caso, a Polícia Civil instaura o procedimento denominado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TOC). No ano passado, a instituição instaurou mais de 5,3 mil TOCs referentes a fatos de menor potencial ofensivo registrados em boletins de ocorrência nas delegacias em Sergipe.

Dentre os casos em que são instaurados os TOCs, quando as partes não concordam com a mediação, estão crimes como ameaças, injúrias (ofensa à honra), calúnia (fazer acusações falsas a alguém), difamação (atentar contra a reputação de alguém), lesão corporal leve (cujos ferimentos não causam incapacidade para atividades rotineiras, como arranhões ou pequenos hematomas) e perturbação do sossego. 

Visando a conciliação e evitar a instauração de TOCs, a Polícia Civil conta com o Projeto Acorde, presente em 12 unidades policiais na capital e no interior do estado. “Os policiais foram capacitados para oferecer um método alternativo na resolução de conflitos, através da mediação e conciliação, evitando que seja necessário encaminhar as partes ao judiciário, o que levaria a um rito mais burocrático e prolongado”, detalha a coordenadora do projeto, delegada Mariana Amorim.

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A mediação de conflitos permite que o policial mediador auxilie as partes para que elas próprias visualizem uma solução para o problema. Assim, os envolvidos tornam-se protagonistas de suas decisões sem que o Poder Judiciário imponha uma sentença a partir dos procedimentos de TOCs, conforme ressaltou Mariana Amorim. “O que for acordado é redigido pelo policial mediador e encaminhado ao Judiciário apenas para homologação pelo juiz”, evidencia a coordenadora. 

Quando não há conciliação entre as partes, o policial mediador segue os métodos tradicionais referentes à instauração de TOCs. “Os envolvidos deverão ser ouvidos e apresentar suas provas para posterior avaliação e sentença do juiz. Esse método tradicional é mais extenso e nem sempre traduz o que de fato os interessados desejam, já que a solução é dada por um terceiro imparcial, e não pelos envolvidos”, alerta a coordenadora do Acorde, Mariana Amorim.

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Total de TOCs instaurados em 2024

Durante o ano de 2024, a Polícia Civil instaurou 5.376 TOCs, sendo a maioria registrada na Central de Flagrantes, que recebe ocorrências encaminhadas por todas as instituições de segurança pública na capital e Grande Aracaju, além de registros feitos pela própria população (474 TOCs). 

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Projeto Acorde: uma alternativa à judicialização de conflitos

O Projeto Acorde é uma iniciativa da Polícia Civil em parceria com o TJSE e tem como objetivo disseminar a cultura de utilização de métodos alternativos de solução de conflitos, notadamente a conciliação e mediação. Atualmente, o projeto conta com 12 núcleos, estando sete localizados na Grande Aracaju – capital, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros – e outros cinco no interior do estado – Estância, Nossa Senhora da Glória, Itabaiana, Propriá e Lagarto. Nos núcleos, policiais civis capacitados para mediação contribuem para que as partes cheguem a uma solução que contemple suas demandas.
 

Delegada Mariana Amorim/Foto: SSP/SE