Geral Maranhão
Fapema contribui para avanços na prevenção e tratamento de câncer apoiando estudos sobre a temática
A Fundação contabiliza o financiamento de mais de 280 estudos nos últimos anos.
03/02/2025 21h12
Por: Redação Fonte: Secom Maranhão

O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo e no Brasil, a incidência tem aumentado. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 600 mil novos casos da doença no Brasil, este ano. Esse cenário exige investimentos contínuos em pesquisas para melhor entender a doença, aprimorar tratamentos e, principalmente, identificar métodos mais eficazes na prevenção e diagnóstico precoce. Nesse contexto, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) vem se empenhando no financiar a estudos com estas metas. São mais de 280 pesquisas financiadas pela Fundação, nos últimos anos, com investimentos de R$ 5,1 milhões. Neste, 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, a instituição contabiliza seus esforços de apoio aos pesquisadores, somando no enfrentamento de uma das doenças mais desafiadoras da medicina moderna. 

A Fapema assegura apoio a estudos que tratam de diferentes aspectos do câncer e este suporte é uma das principais frentes da instituição, ressalta o presidente do órgão, Nordman Wall. “A Fapema assegura a execução de estudos que se debruçam nesta doença, em suas diversas formas e entendemos a relevância desse apoio, para que possamos desenvolver novas formas de tratamento e, quem sabe, até mesmo curas para os vários tipos da doença. A nossa missão é fornecer o suporte necessário para que esses projetos saiam do papel, possam beneficiar a população e elevar o Maranhão como polo de excelência em estudos na temática”, enfatizou.

A gestão eficiente dos recursos destinados à pesquisa e o suporte contínuo aos pesquisadores elevam a Fapema no ecossistema do desenvolvimento científico, demonstrando seu empenho em fortalecer, ainda mais, esse setor no estado. Ao fornecer e ampliar as possibilidades de financiamento, a instituição incentiva que mais pesquisadores desenvolvam seus estudos na saúde, principalmente em áreas tão sensíveis e demandadas como o tratamento de câncer.

Com este apoio, a pesquisadora Sarah Vieira Gomes, do Uniceuma, segue com a pesquisa ‘Desenvolvimento de Biossensores para Diagnóstico de Câncer de Próstata’, onde aponta que este tipo de câncer afeta em maior número homens acima de 50 anos e cujo diagnóstico precoce é difícil, pois não há sintomas iniciais. Ela avaliou que biossensores formados de eletrodos de nanocompósitos - como o óxido de grafeno -, são promissores para diagnóstico rápido e mais eficaz da doença.

“Nosso objetivo é desenvolver biossensores eletroquímicos para diagnosticar o câncer de próstata. Os eletrodos com nanocompósitos serão utilizados para medir o antígeno prostático específico, o PSA, em amostras de sangue dos pacientes. O nível elevado deste PSA pode indicar a presença do câncer de próstata, e o desenvolvimento dos biossensores pode auxiliar no diagnóstico precoce”, reforça a pesquisadora. O processo de produção do nanocompósito (rGO-NPsZnO) inclui a utilização de produtos químicos e nanopartículas específicas, seguindo o método de Hummers, e a caracterização das propriedades do material, explica Sarah Guimarães. Estes eletrodos são fabricados a partir de substratos de PET tratados com tinta condutora feita de nanopartículas e grafite. 

Após o desenvolvimento do nanocompósito de carbono (rGO-NPsZnO), foram realizados testes para avaliar sua toxicidade, analisando a sobrevivência das larvas de Tenebrio molitor, com resultados positivos. Com isso, foi possível testar o biossensor, verificando sua capacidade de combater bactérias e determinar a concentração mínima necessária para inibir os patógenos, fornecidos pelo Laboratório de Biotecnologia da Universidade Ceuma. "Os resultados mostram que esse avanço tecnológico pode contribuir significativamente para soluções biotecnológicas com impacto direto na saúde pública", avalia.

O projeto pretende, ainda, gerar dados científicos e divulgá-los em publicações da área, para que haja maior visibilidade do que for concretizado, além de possibilitar parcerias, investimentos e patentes. "Sem o apoio da Fapema, muitos dos avanços que conseguimos alcançar não seriam possíveis. A pesquisa em câncer exige uma infraestrutura robusta, e a Fundação tem se mostrado um norte indispensável para que possamos ampliar as ações no combate a essa doença”, aponta Sarah Guimarães. O trabalho ainda está em fase de experimentos.

Câncer e desnutrição

A pesquisa de Danila de Souza Costa, intitulada ‘Mapeamento da desnutrição oncológica intra-hospitalar e das Equipes Multiprofissionais de Terapia Nutricional (EMTN) no Brasil’, investiga a relação entre a presença destes profissionais e a desnutrição nos pacientes. Ela associa a distribuição das equipes à ocorrência de desnutrição no câncer hospitalar. Realizados em três etapas, o estudo envolveu análises das equipes e da desnutrição em 30 hospitais do país, destes, 86,7% relataram ter pelo menos uma equipe e 43,7% das unidades indicaram taxa de desnutrição entre 25 a 50% dos pacientes. 

Ainda segundo a pesquisa, os estados com maior prevalência de desnutrição foram Amazonas e Roraima, enquanto o Mato Grosso do Sul teve a menor taxa. “Concluímos que a presença destes profissionais é indispensável para o diagnóstico e tratamento da desnutrição em pacientes oncológicos. Entendemos também a necessidade de mais estudos e acesso facilitado às informações sobre o tema, em nível nacional. Neste sentido, a Fapema nos proporcionou realizar levantamentos e termos dados para contribuir com futuras políticas que melhorem este setor, nas unidades avaliadas”, frisou a pesquisadora.

Câncer e dores crônicas

As características das dores sentidas por pacientes com câncer são o foco do estudo 'O enfrentamento da dor crônica pelos pacientes com câncer gera repercussões positivas sobre aspectos musculares, funcionalidade e qualidade de vida', conduzido pelo pesquisador Almir Vieira Dibai Filho, que contou com financiamento da Fapema para sua execução. Para reunir estas especificidades, ele buscou adaptar e validar a ferramenta Pain Attitudes Questionnaire – Revised (PAQ-R) para o português e aplicá-la em pacientes com dor oncológica.

Realizada em dois hospitais do estado, a pesquisa envolveu 165 pacientes, com média de 49 anos, em sua maioria, mulheres (63%) e com ensino básico (53,3%). Os resultados mostraram que a versão brasileira da ferramenta é válida e confiável para avaliar pacientes com dor oncológica.