Geralmente, são poucas as oportunidades que o público tem nos primeiros dias do ano para mergulhar no sempre encantador mundo das artes plásticas. No entanto, o Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira está de portas abertas com a exposição “MAC Acervo em Foco”, que apresenta grande parte do seu importante acervo, oferecendo uma excelente oportunidade para o público conhecê-lo.
Após uma temporada de muitas realizações que marcaram 2024, o Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira inicia a programação de 2025 com uma mostra que foca seu amplo acervo, composto por mais de 60 obras, a maioria de artistas baianos. A exposição é uma excelente chance de o público conhecer o trabalho de renomados artistas como Juracy Dórea, Paulo Pereira, Goya Lopes, Célia Pires, Ricardo Jerônimo, entre outros.
Para facilitar o percurso do público pelo “MAC Acervo em Foco”, as obras estão distribuídas pelas diversas salas do museu, organizadas em seis núcleos temáticos, conforme explica a diretora do museu, Geórgia Pitombo. O primeiro núcleo, “Diálogos Pertinentes”, reúne obras com temática afro-indígena. O segundo núcleo, “Do Espaço-Tempo”, aborda o espaço urbano e rural, seja ficcional, abstrato ou figurativo. O terceiro núcleo, “Formas de Perceber”, explora diferentes formas de percepção do instante e da realidade.
No quarto núcleo, “Coisas São Ditas”, o abstrato se faz presente, convidando o público a um mergulho mais profundo na codificação ou recodificação do exposto. O quinto núcleo, “Os Diferentes”, apresenta três obras visualmente distintas, representando com precisão o título dado ao espaço. Finalmente, o sexto núcleo, “Acervo em Transformação”, exibe novas obras incluídas ao acervo existente, dando-lhe mobilidade e modernidade, sem perder sua essência contemporânea. Geórgia Pitombo destaca que o artista visual indígena Nem Cardim, com a doação de uma obra, inaugurou esse novo espaço no MAC.
A diretora do Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira acredita que o calendário deste ano será bastante movimentado, levando em consideração a programação de 2024, que incluiu mais de 100 eventos, entre exposições coletivas e individuais, lançamentos de livros, musicais, cine-debates, oficinas, conversas sobre livros, ensaios e reuniões. Algumas exposições, como “Percurso e Fé”, de Rosalice Azevedo, “Fachadas e Afetos”, de Nilo Teixeira, e “Inquietação”, de Felipe Carvalho, atraíram um público expressivo.
A exposição de cordéis de Jurivaldo Alves também contribuiu para atrair muitos admiradores da arte ao MAC, assim como a individual de Ricardo Jerônimo, que retratou sua carreira iniciada exatamente no Museu Regional de Arte, atual MAC. Jerônimo fez uma verdadeira regressão emocional ao início de seu trabalho, lembrando que foi naquele espaço que apresentou sua arte publicamente pela primeira vez.
Outro destaque foi a mostra “Cinquentão” do artista serrinhense Dida Murta, que apresentou uma abordagem incomum sobre calangos. Conhecido como “o artista dos calangos”, Dida Murta é um admirador e criador desses lagartos, tema que domina como poucos.
Atualmente, além da exposição “MAC Acervo em Foco”, que exibe grande parte das obras do acervo do museu, o espaço está em preparação para a temporada de 2025, que promete muitas atividades, levando-se em conta a efervescente movimentação de 2024. “Estamos em fase de preparação para o calendário de eventos deste ano, mas nesses primeiros dias, o público pode vir ao MAC para conferir as obras do nosso acervo. É uma oportunidade ímpar para aqueles que ainda não conhecem o museu”, conclui Geórgia Pitombo.