Este é o resumo do artigo de 8 páginas que tem por objetivo apresentar a solução que seja capaz de acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que se torna necessária diante do recrudescimento do conflito entre estes dois países e entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados europeus, que se utilizam da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar ocidental, em apoio à Ucrânia, que pode resultar na eclosão da 3ª Guerra Mundial. Para apontar a solução ou soluções que contribuam para levar ao fim a guerra entre Rússia e Ucrânia, é preciso eliminar as causas fundamentais desta guerra.
Pode-se afirmar que são três as causas da guerra entre Rússia e Ucrânia:
i) A estratégia militar dos Estados Unidos de se aproximar das fronteiras da Rússia incorporando à OTAN os países ex-socialistas do leste europeu vizinhos da Rússia
ii) O interesse da indústria bélica dos Estados Unidos na expansão da OTAN para expandir suas vendas de armamentos aos países dele integrantes
iii) A busca pelo governo da Ucrânia de seu afastamento da área de influência econômica e política da Rússia e o desejo de se integrar à União Europeia
Como celebrar a paz entre Rússia e Ucrânia
As tentativas iniciais de celebração da paz entre os governos da Rússia e da Ucrânia no início da guerra foram infrutíferas e o que se observa é o aumento do banho de sangue de soldados da ambos os lados e da população civil ucraniana, o aumento de refugiados e a destruição da infraestrutura da Ucrânia pelos bombardeios russos. A tentativa inicial de celebração da paz entre Rússia e Ucrânia não produziu avanços porque quem deveria negociá-la seriam os governos dos Estados Unidos e da Rússia porque só estes governos teriam capacidade de eliminar as causas da guerra que são a de evitar a aproximação da OTAN das fronteiras da Rússia, cessar a venda de armamentos pela indústria bélica norte-americana à Ucrânia e aos países integrantes da OTAN e atender o desejo da Ucrânia de se integrar à União Europeia. Urge a celebração de um acordo de paz entre os Estados Unidos e a Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia porque a guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode evoluir para um conflito que se estenderia pela Europa e pelo mundo se transformando na 3ª Guerra Mundial. Se isto ocorrer abriria o caminho para o envolvimento das grandes potências militares de consequências imprevisíveis com o uso de armas nucleares.
É preciso que todos entendam que a guerra na Ucrânia é cenário da disputa geopolítica entre Rússia e Estados Unidos e não entre Rússia e Ucrânia. De um lado, temos os Estados Unidos que desejam a presença da OTAN na Ucrânia para atender a seus interesses estratégicos e geopolíticos e, de outro, temos a Rússia que não quer a presença da OTAN na Ucrânia. A guerra na Ucrânia entre Rússia e Estados Unidos só chegará ao fim se os governantes de ambos os países chegarem a um acordo sobre o fim do conflito. O acordo inicial entre Rússia e Estados Unidos poderia ser a Rússia aceitando o cessar fogo na Ucrânia com a condição de os Estados Unidos e a OTAN desistirem de apoiar militarmente a Ucrânia no confronto com a Rússia. O acordo definitivo seria a Rússia acabar com suas hostilidades na Ucrânia liberando as áreas ocupadas neste país e assumindo o ônus de reconstruir o que foi destruído pela guerra com a condição de os Estados Unidos e a OTAN abandonarem os países do leste europeu e assumirem o compromisso de removerem as sanções econômicas e financeiras adotadas contra a Rússia.
O acordo entre Rússia e Estados Unidos seria vantajoso para a Ucrânia, a Rússia, os Estados Unidos, a Europa e para o mundo. A Ucrânia ganharia com este acordo porque acabaria o sofrimento de sua população, removeria a ocupação militar de seu território pela Rússia, recuperaria sua soberania sobre o território nacional ocupado pela Rússia, à exceção da Crimeia que se incorporou à Rússia por decisão de sua população com base em plebiscito, ingressaria na União Europeia e teria a reconstrução do país realizado pela Rússia. A Rússia ganharia com este acordo porque haveria a remoção das sanções econômicas e financeiras contra ela adotadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais, haveria o abandono da pretensão da OTAN de adesão da Ucrânia como um dos seus países integrantes e o compromisso dos Estados Unidos e da OTAN de excluírem 14 países do leste europeu (Albânia, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedónia do Norte, Montenegro, Polônia, Romênia e República Tcheca). Os Estados Unidos ganhariam com o acordo porque deixaria de ocorrer a desestabilização de sua economia com o aumento do déficit público e da dívida pública resultantes dos crescentes gastos militares com a guerra na Ucrânia. A Europa ganharia com o acordo porque voltaria a ter o suprimento do petróleo e do gás natural da Rússia e sua economia deixaria de ter a ameaça de desestabilização. O mundo ganharia com o acordo porque desapareceria a ameaça da 3ª Guerra Mundial que poderá levar ao fim da espécie humana.
Conclusões
Os fatos da vida demonstram que a guerra entre Rússia e Ucrânia significa a continuidade da velha ordem mundial em que os conflitos de interesses entre as grandes potências têm sido resolvidos a “manu-militare”, isto é, por meios militares. Há séculos, a humanidade se defronta com conflitos entre as grandes potências que não são resolvidas pela via diplomática e sim pelos meios militares porque vivemos em um mundo sem uma governança mundial e sem um direito internacional que seja respeitado por todos os países, especialmente pelas grandes potências que procuram impor suas vontades no nível mundial. Sem a existência de um governo mundial e um parlamento mundial democraticamente eleitos pela população mundial, bem como a existência de uma Corte Suprema mundial, não há como o direito internacional ser aplicado efetivamente e ser respeitado por todos os países. Urge a humanidade se dotar o mais urgentemente possível de instrumentos necessários à construção de um mundo de paz.
Ao longo da história da humanidade houve três tentativas de estruturar instrumentos voltados para a construção de um mundo de paz. A primeira tentativa ocorreu em 1648 com o Tratado de Westfália, que colocou um fim à Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648), que marcou o século XVII como um dos mais sangrentos da história europeia, com uma série de tratados que encerraram a Guerra dos Trinta Anos e também reconheceram oficialmente as Províncias Unidas (Holanda) e a Confederação Suíça. A segunda tentativa de estruturar instrumentos voltados para a construção de um mundo de paz ocorreu com a criação da Liga das Nações em 10 de janeiro de 1920 nos escombros da 1ª Guerra Mundial. A terceira tentativa de estruturar instrumentos voltados para a construção de um mundo de paz ocorreu com a criação da ONU (Organização das Nações Unidas), que foi fundada em 1945 após a 2ª Guerra Mundial, e tem sido inoperante ao longo de sua história, inclusive no atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia e no conflito entre judeus e palestinos. A ONU tem sido um fracasso na construção de um mundo de paz.
O insucesso na construção da paz mundial com o Tratado de Westfália em 1648, com a Liga das Nações em 1920 e com a ONU em 1945 demonstram a urgência de reestruturar a ONU para que ela possa exercer uma efetiva governança do sistema internacional que possibilite mediar os conflitos internacionais e assegurar a paz mundial. Neste sentido, a ONU deveria ser reestruturada para se constituir em Governo Mundial que teria por objetivo defender os interesses gerais do planeta, zelar no sentido de cada Estado nacional respeitar a soberania dos demais países e impedir a propagação dos riscos sistêmicos mundiais. Com esta nova configuração da ONU, o Conselho de Segurança seria abolido e a Assembleia Geral seria transformada em Parlamento Mundial. A ONU reestruturada como Governo Mundial evitaria o império de um só país como já ocorreu ao longo da história da humanidade e a anarquia de todos os países como ocorre atualmente.
Com um Governo mundial, um Parlamento mundial e uma Corte Suprema mundial resultantes da reestruturação da ONU será possível evitar guerras e acabar com o banho de sangue que tem caracterizado a história da humanidade. Para ser democrático, o Governo mundial deveria ser eleito por todos os países do mundo e ser representativo de todos os povos do mundo.
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