Este é o resumo do artigo de 7 páginas que tem por objetivo demonstrar que a eliminação dos resíduos plásticos que devastam o meio ambiente da Terra só poderá ser realizada com a adoção das estratégias de economia circular que busca a redução dos resíduos de plástico ao mínimo no mundo, de acabar com a produção de plástico no mundo substituindo-o por produtos alternativos e a substituição do modelo de desenvolvimento atual pelo modelo de desenvolvimento sustentável. Estas estratégias precisam ser adotadas porque os resíduos plásticos são juntamente com os gases do efeito estufa os maiores vilões do meio ambiente do planeta Terra. Enquanto os gases do efeito estufa estão mudando o clima do planeta, os resíduos plásticos estão crescentemente presentes no meio ambiente da Terra devastando o solo, o subsolo, os rios e oceanos.
A poluição de resíduos plásticos na terra (solo e subsolo) representa uma ameaça para as plantas e animais, incluindo os seres humanos. As estimativas da quantidade de concentração de plástico em terra são entre quatro e vinte e três vezes a do oceano. A quantidade de plástico suspensa na terra é maior e mais concentrada do que na água do planeta. Em 2021, um relatório realizado pela FAO afirmou que o plástico é frequentemente usado na agricultura. Há mais plástico no solo do que nos oceanos. A presença de plástico no meio ambiente prejudica os ecossistemas e a saúde humana e representa uma ameaça à segurança alimentar. Os rios são o principal transporte de plásticos para os ecossistemas marinhos, fornecendo potencialmente 80% da poluição plástica nos oceanos. Pesquisas sobre as dez principais bacias hidrográficas classificadas por quantidade anual de resíduos plásticos mal administrados mostraram que alguns rios contribuem com até 88-95% dos plásticos oceânicos, sendo o mais alto o rio Yangtze no Mar da China Oriental.
O descarte ao ar livre também polui aquíferos, corpos d'água e reservatórios, provocando aumento de problemas respiratórios, doenças cardíacas e danos ao sistema nervoso de pessoas expostas. Na poluição do solo, um dos vilões é o microplástico oriundo das lavagens de roupa doméstica e o nanoplástico da indústria de cosméticos, que acabam sendo filtrados no sistema de tratamento de água das cidades e acidentalmente usados como fertilizante, em meio ao lodo de esgoto residual. Quando não são filtradas, essas partículas acabam sendo lançadas no ambiente, ampliando a contaminação. Estudo do WWF faz recomendações sobre possíveis soluções para a situação envolvendo os sistemas de produção, consumo, descarte, tratamento e reuso do plástico. Os cuidados propostos incluem orientação para os setores público e privado, a indústria de reciclagem e o consumidor final.
Há muito se sabe que mamíferos e aves de água doce têm interações negativas com a poluição plástica, muitas vezes resultando em emaranhamento ou asfixia após a ingestão. Os peixes têm sido os mais estudados em relação à poluição plástica em organismos de água doce, com a maioria dos estudos indicando evidências de ingestão de plástico em amostras capturadas na natureza e espécimes de laboratório. A saúde humana também foi impactada negativamente pela poluição plástica. Quase um terço dos locais de águas subterrâneas nos Estados Unidos contém BPA, também conhecido por Bisfenol A, que é um composto químico que serve de matéria-prima para a produção de diversos tipos de plásticos, como policarbonatos, PVCs, resinas epóxi e muitos outros. O BPA é prejudicial em concentrações muito baixas, pois interfere com nossos hormônios e sistemas reprodutivos.
Um estudo de 2022 publicado na revista holandesa Environment International encontrou microplástico no sangue de 80% das pessoas testadas no estudo, e esse microplástico tem o potencial de ser incorporado em órgãos humanos. Devido à difusão dos produtos plásticos, a maior parte da população humana está constantemente exposta aos componentes químicos dos plásticos. Nos Estados Unidos, 95% dos adultos apresentaram níveis detectáveis de BPA na urina. A exposição a produtos químicos, como o BPA, foi correlacionada a interrupções na fertilidade, reprodução, maturação sexual e outros efeitos à saúde. Os plásticos liberam produtos químicos tóxicos no meio ambiente e causam danos físicos, químicos e biológicos aos organismos. A ingestão de plástico não leva apenas à morte de animais por obstrução intestinal, mas também pode percorrer a cadeia alimentar que afeta os seres humanos.
A vida marinha é uma das mais afetadas pela poluição plástica, que coloca a vida dos animais em perigo e está em constante risco de extinção. Animais selvagens marinhos como aves marinhas, baleias, peixes e tartarugas confundem resíduos plásticos com presas. A maioria morre de fome quando seus estômagos ficam cheios de plástico. Eles também sofrem de lacerações, infecções, capacidade reduzida de nadar e lesões internas. A vida selvagem marinha danificada está sendo afetada e prejudicada pela poluição plástica. Globalmente, 100 mil mamíferos marinhos morrem todos os anos como resultado da poluição plástica. Isso inclui baleias, golfinhos, botos, focas e leões marinhos. Dez rios, dois na África (Nilo e Níger) e oito na Ásia (Ganges, Indo, Amarelo, Yangtze, Hai He, Pérola, Mekong e Amur transportam 88-95% da carga global de plásticos para o mar. A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos estimou em 2022 que a entrada mundial de plástico no oceano foi de 8 milhões de toneladas métricas de plástico por ano.
Segundo o estudo lançado pelo WWF, o volume de plástico que vaza para os oceanos anualmente é de cerca de 10 milhões de toneladas. Nesse ritmo, mostra a pesquisa, até 2030 serão lançados ao mar o equivalente a 26 mil garrafas de plástico para cada quilômetro quadrado (km2). Aproximadamente metade dos produtos plásticos que poluem o mundo hoje foi produzida nos anos 2000. O sistema atual de produção, uso e descarte de lixo está falido e que é necessário mudar o comportamento. É um sistema sem responsabilidade, e atualmente opera de uma maneira que praticamente garante que volumes cada vez maiores de plástico vazem para a natureza. A poluição do plástico afeta a qualidade do ar, do solo e sistemas de fornecimento de água. Os impactos diretos estão relacionados a não regulamentação global do tratamento de resíduos de plástico, à ingestão de micro e nanoplásticos (invisíveis aos olhos) e à contaminação do solo com resíduos. A queima ou incineração do plástico, que é também usada largamente, pode liberar na atmosfera gases tóxicos, alógenos e dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre, extremamente prejudiciais à saúde humana.
É sabido que o plástico pode levar mais de 400 anos para se decompor, haverá até 2050 mais plásticos nos oceanos do que peixes, o plástico é responsável pela morte de 100 mil animais marinhos a cada ano, 91% do plástico utilizado no mundo não é reciclado, 1 milhão de garrafas de plástico são compradas a cada minuto no mundo, em todos os anos são usadas até 500 bilhões de sacolas plásticas descartáveis.
Para acabar com a ação devastadora dos resíduos plásticos no meio ambiente do planeta, é preciso a adoção das estratégias descritas a seguir:
1) Executar a política de economia circular que busca a redução dos resíduos de plástico ao mínimo no mundo
2) Acabar com a produção de plástico no mundo substituindo-o por produtos alternativos
3) Adotar o modelo de desenvolvimento sustentável em cada país e globalmente
A Economia Circular tem como conceito transformar os resíduos plásticos em insumos para a produção de novos produtos. Os resíduos plásticos voltam à cadeia de produção. Além da estratégia de economia circular que busca a redução dos resíduos de plástico ao mínimo no meio ambiente, pode-se adotar a estratégia que visa eliminar a produção de plástico no mundo e substituí-lo por produtos alternativos. Objetos feitos a partir de vidros, tecidos, borrachas, bambu, papelão, biodegradáveis, algas, amido e cianobactérias podem ser utilizados na corrida por um mundo sem plástico. É evidente a devastação provocada pelos resíduos plásticos no solo, no subsolo, nos rios e nos oceanos. Tudo isto é consequência da insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da sociedade que decorre do fato de ele ser responsável pelo rápido aumento das temperaturas globais e consequente mudança catastrófica do clima do planeta, pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, pela elevação do nível do mar e, também, pela devastação do meio ambiente do planeta pelos resíduos plásticos.
Os fatos da vida estão mostrando cada vez mais a necessidade de que o paradigma que tem orientado o desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª Revolução Industrial tenha que ser profundamente modificado. É por isso que o atual modelo de sociedade deve ser substituído pelo modelo de desenvolvimento sustentável, entre outras medidas a serem adotadas. Tanto para lidar com a mudança climática global como para lidar com a devastação do meio ambiente do planeta pelos resíduos plásticos, torna-se um imperativo implementar o modelo de "desenvolvimento sustentável". A nova sociedade a ser construída no mundo teria que ser sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental. O conceito de sustentabilidade tornou-se um elemento chave para encontrar soluções viáveis para resolver os maiores problemas do mundo, baseando-se na tese de que uma sociedade sustentável é aquela que atende às necessidades da geração atual sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de atender suas necessidades.
A mudança climática global e a devastação do meio ambiente pelos resíduos plásticos tende a ser catastrófica produzindo uma verdadeira crise que ameaça a sobrevivência da humanidade fazendo com que se torne um imperativo a construção de um novo modelo de sociedade ou uma nova ordem mundial que atue de forma interdependente e racional com objetivos comuns em cada país e em escala planetária sem a qual poderá ser colocado em xeque a sobrevivência dos seres humanos e da vida no planeta Terra. O novo modelo de sociedade global baseada no desenvolvimento sustentável implicará mudanças profundas no modo como a sociedade se desenvolve, de modo que o crescimento econômico seja menos intensivo no consumo de matérias-primas e energia e mais equitativo na distribuição de seus resultados à população. Acima de tudo, uma verdadeira revolução política e cultural deve ser realizada em todo o mundo para que o paradigma do desenvolvimento atual seja substituído pelo paradigma do desenvolvimento sustentável.
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