Decolou minutos atrás, às 13h18 de Brasília, o primeiro voo da Operação Raízes do Cedro, organizada pelo Governo Federal para resgatar brasileiros da zona de conflito no Líbano. A aeronave KC 30, da Força Aérea Brasileira, deixou o Aeroporto de Beirute com 229 brasileiros e três animais domésticos. A chegada ao Brasil está prevista para este domingo, 6 de outubro, na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos. Antes, o avião faz parada técnica em Lisboa, Portugal.
“O primeiro voo de repatriação da Operação Raízes do Cedro já decolou. A previsão é resgatar as pessoas que manifestaram interesse em retornar ao Brasil, com prioridade para idosos, mulheres, crianças, grávidas e pessoas com deficiência”, postou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu perfil no Instagram.
CUIDADO - Na tripulação do KC-30, há uma equipe multidisciplinar com três médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos para garantir acolhimento e assistência. “A equipe está realmente preparada para tratar qualquer que seja o problema de saúde que eles venham a apresentar durante o voo”, afirmou o major Lopes, médico.
CARINHO - Comissária de voo, a suboficial Thaís Gusmão garante que todos os passageiros terão todo o acolhimento necessário para que se sintam abraçados pelo Brasil depois dos momentos de tensão que muitos enfrentaram. “Nós estamos preparados para recebê-los com muito carinho e atenção, para que eles possam ser bem recebidos no nosso país”, afirmou. “Eu tenho certeza de que todos nós da tripulação temos muito orgulho em estar aqui”, completou.
SEGURANÇA - Segundo o tenente-coronel aviador Marcos Fassarella Olivieri, o voo se assemelha ao perfil dos 13 que foram feitos na Operação Voltando em Paz, realizada em 2023 para resgatar quase 1.600 brasileiros e mais de 50 animais domésticos das zonas de conflito em Israel, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. "Nos enche de orgulho participar de uma missão de tamanho vulto e importância, de trazer os nossos compatriotas de uma zona de guerra para um local seguro", afirmou Olivieri.
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FLEXIBILIDADE PARA PETS - O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a flexibilização de regras para entrada de cães e gatos acompanhando cidadãos repatriados e refugiados. As diretrizes facilitam o processo de ingresso desses animais no Brasil. Com isso, as unidades da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, passam a adotar protocolo especial para animais de estimação provenientes do Oriente Médio. O procedimento permite que tutores ingressem com seus pets sem a apresentação imediata de documentos sanitários exigidos em condições normais. "Essa flexibilização é necessária para que a entrada dos animais acompanhe a urgência das situações humanitárias, preservando a saúde pública e o bem-estar animal", explicou o coordenador-geral de Trânsito, Quarentena e Certificação Animal do ministério, Bruno Cotta.
MÚLTIPLAS FUNÇÕES- O KC-30 usada neste primeiro voo de repatriação é um avião com cerca de 240 lugares, autonomia para até 14.500 quilômetros e foi utilizado várias vezes nos voos humanitários de resgate de brasileiros na zonas de conflito em Israel e em Gaza desde o início da crise Oriente Médio, em outubro de 2023. Com 59 metros de comprimento, é a maior aeronave operada pela Força Aérea Brasileira. Tem capacidade de uso em operações estratégicas, apoio logístico e missões humanitárias. Em casos de calamidade pública, como desastres naturais ou emergências médicas, também pode realizar missões de Evacuação Aeromédica (EVAM) para atender a múltiplos pacientes.
O QUE É - A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty nos bastidores. O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) teve conversas com chanceleres e representantes do Líbano e de países vizinhos para organizar o resgate com segurança. Os funcionários da embaixada do Brasil em Beirute garantem o contato frequente com a comunidade brasileira na região, de cerca de 20 mil pessoas, para detectar o número de interessados em retornar, organizar listas, garantir o deslocamento terrestre seguro dos repatriados até o aeroporto e acompanhar o embarque.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.