Especiais Ingleses
As cartas… a Casa Amarela.
LABORATÓRIO E OBSERVATÓRIO
01/09/2024 23h23 Atualizada há 2 semanas
Por: Colunista Fonte: JMPC *
Foto: Reprodução internet / Imagem ilustrativa

Desde que os sumérios muito provavelmente inventaram a escrita é fundamental na História do Planeta e como não havia explicação de fenômenos, os deuses fizeram e fazem parte do bem e do mal. O que é bem e o que é mal é outro assunto é complicado. Nas célebres Bibliotecas pelo globo lá estão cartas aos milhões, diria, transformadas em livros. 

O paciente estudo dessas cartas, ao menos as que consegui lê-las, foi uma das felicidades de minha vida. Há livros aqui no gabinete de casa raríssimos de cartas as mais diversas, onde escrevem reis, papas, espiões, naturalistas, zoologistas, biólogos, a maioria comerciantes antes, menos, e depois de Mauá com a “abertura dos portos”.

A Bahia, o Rio de Janeiro e Pernambuco os estrangeiros vieram de quase toda a Europa.  Padres, Pastores, pintores, escritores, escreveram sobre tudo. Descreviam e davam opiniões em cartas a mão com pena de pavão até o lápis, o carvão, porém a tinta preta já traziam do “velho mundo” para o “novo mundo”. Do Brasil o “novo mundo” era a Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco. Depois, o “novo mundo” aparece com Entradas e Bandeiras que fizeram um morticínio tremendo chegando às Minas Gerais, Chapada Diamantina, São Francisco, Paraguassu. Isto é, o “novo mundo” foi dilapidado e as cartas estão, em parte razoavelmente raras, publicadas. 

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O que tem escrito nessas cartas, as que li no Brasil e na Europa é impressionante para estes tempos, não para os tempos das cartas. “As Cartas Politicas Extraídas do Padre Amaro” — Padre Amaro era um periódico português por volta de 1825–1826- que o Miguel Calmon du Pin e Almeida escreveu com o pseudônimo de Americus, em Londres, Visconde de Abrantes, cujo biógrafo foi Pedro Calmon, as “Cartas” foram transcritas no Jornal Timon editado no Maranhão e depois em Lisboa ao longo de 1850 por João Francisco Lisboa. 

O Centro de Estudos Bahianos da UFBA tem dois exemplares, dizem duas notáveis Pesquisadoras Maria das Graças de Andrade Leal e Avanete Pereira Souza em “Capítulos de História da Bahia”, livro importantíssimo. Quem dirigia o Jornal” O Padre Amaro” foi o padre português Joaquim José Ferreira de Freitas. Segundo Nelson Werneck Sodré, grande historiador general marxista, o Padre alugava sua pena a quem lhe pagasse, incluindo o Governo de D. João VI (pág.363 do livro das Pesquisadoras referidas).

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As Cartas de GANDAVO, as de Gabriel Soares Souza, Vanhagen, padres diversos, como Nóbrega que veio com Thomé de Souza, Teodoro Sampaio, as da Torre do Tombo, são sensacionais. Os ingleses da Bahia escreveram que iriam ficar na Bahia, “onde havia muita mulata sensual”, ao largo das redondezas do Campo Grande. Os cemitérios dos ingleses (sepulta um companheiro de equipe de Charles Darwin, que aqui esteve encantado com a Bahia de Todos os Santos), Cemitérios dos Alemães, que sepultaram holandeses e franceses, esses ingleses foram muitos na Bahia. 

Até hoje há a Rua Banco dos Ingleses que desemboca no Campo Grande onde ele jogavam CRIKET, onde havia o Clube Inglês muito elegante no também Campo Grande. Há cartas que dizem haver pessoas “beiçoilas, narizes chatos, fedorentos, diferente dos civilizados europeus”. “Há mulatas belíssimas e muito bem vestidas e parecem educadas por famílias ricas”. Pura História.

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Pois bem, já escrevi que a “Casa Amarela” foi centro de espionagem dos ingleses e teve diversos donos, e tenho certeza o Comerciante Carlos Aguiar Costa Pinto da Mansão da Vitória. Havia um caminho perto das quadras de tênis da Mansão dele que ia lá na Casa Amarela (curioso sempre foi amarela) é fica perto do Edifício Wildberger, sócio dele, incluindo o cacau de Ilhéus. Mais o notável mesmo é ler essas cartas para saberem como Bahia, Rio e Pernambuco foram vasculhados pelos europeus, quase toda a Europa. 

Lá no Sul do Brasil nem licença pediram com cartas ou sem cartas: é deles. É viver por lá! Há intrigas de todo tipo nessas milhares de Cartas. Hoje é o “fake news” do império dolarizado.  Não abram a porta: não são mais cartas… pode ser na raça ou o ladrão bilionário, ou o ladrão de galinha! E há cartas sobre galináceos!.