Brasil RÉU CONFESSO
Bolsonaro é candidato a ser réu confesso por fraude eleitoral.
Como o governo perdeu a batalha pela recuperação da economia este ano, resta-lhe a derrama de dinheiro em obras, reajustes de salários, pagamento de benefícios e a compra direta de votos para reduzir a rejeição de Bolsonaro até agosto quando oficialmente a campanha terá início, levando-o assim a disputar em melhores condições com Lula o segundo turno da eleição presidencial.
17/04/2022 20h23
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: https://www.metropoles.com
O WhatsApp e o Tribunal Superior Eleitoral firmaram um acordo para tornar as eleições de outubro menos sujas. Foto: Reprodução internet aosfatos.org

O percentual dos brasileiros que dizem que não votarão em Bolsonaro de jeito nenhum é de 55%, segundo a pesquisa Datafolha de março; o de Lula, 37%. Lula demora a sair da toca para percorrer o país à caça de votos; teme ser punido se suas ações foram entendidas como campanha antes da hora. Bolsonaro ignora para isso, e o Estado paga todas as suas despesas.

O Tribunal Superior Eleitoral finge ser cego para não ver que Bolsonaro exorbita. Enquanto a toga, desafiada, reage como se usasse luvas de pelica, Bolsonaro, o desordeiro treinado em brigas de rua, aplica-lhe golpes com soco-inglês, uma arma de metal que serve para aumentar o ferimento no alvo atingido por ela. É uma luta desigual entre Bolsonaro e a Justiça, Bolsonaro e Lula.

O WhatsApp e o Tribunal Superior Eleitoral, firmaram um acordo para tornar as eleições de outubro menos sujas. Ficará para depois do segundo turno o lançamento no Brasil da nova ferramenta do aplicativo que amplia o alcance da distribuição de mensagens em massa. Com isso, pretende-se reduzir a disseminação de notícias falsas e os ataques virtuais durante a campanha.

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Ninguém reclamou. Ninguém, não. Na última sexta-feira, irritado com o fracasso da motociata que liderou em São Paulo, 40% menor do que a anterior, Bolsonaro disse que o acordo “é inadmissível, inaceitável e não será cumprido”. Oi! Que autoridade ele tem para declarar extinto um acordo firmado por outro Poder com uma empresa privada? Ou para dizer que irá desrespeitá-lo?

Bolsonaro comporta-se como um marginal, um criminoso que se julga acima da lei, e que tem a certeza de que ficará impune. Da mesma forma que “Colorido”, codinome de Valdeci Alves dos Santos, um dos líderes mais procurados do Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais poderosa facção do crime organizado no país. Com duas diferenças, naturalmente. A saber.

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“Colorido” vivia escondido com a polícia em seu encalço. Em fuga permanente, acabou preso pela Polícia Rodoviária Federal em Salgueiro, sertão de Pernambuco. Bolsonaro não precisa se esconder ainda. Seu endereço é o mais conhecido do país. Na pior das hipóteses permanecerá solto pelo menos até o fim do seu mandato. É o que determina a lei.

Neste sábado, enquanto a polícia planejava a transferência de “Colorido” para São Paulo, onde cumprirá pena, Bolsonaro, outra vez de folga na praia do Guarujá, voltou a falar mal da Justiça e a expressar sua contrariedade com o WhatsApp: “Se eles podem fazer um acordo desses com o Tribunal Superior Eleitoral, podem fazer comigo também, por que não? Comigo, com você”.

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Nunca se viu um presidente confessar com tal espontaneidade seu desejo de corromper os resultados de uma eleição.

Fonte: https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/bolsonaro-e-candidato-a-ser-reu-confesso-por-fraude-eleitoral