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IDR-Paraná ensina método alternativo para evitar prejuízo com formiga cortadeira
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater promove, no próximo dia 21, uma tarde de campo a respeito do manejo da formiga cortade...
20/08/2024 14h48
Por: Redação Fonte: Secom Paraná

Anualmente, em meados de setembro, acontece a revoada das formigas cortadeiras. De cada formigueiro, cerca de 7 mil fêmeas, as içás, lançam-se em voos de acasalamento. Depois de fecundadas, elas retornam ao solo e iniciam a formação de novas colônias. Em menos de três meses centenas de indivíduos estarão em atividade, prontos para aumentar o tamanho do formigueiro. Para tanto, as formigas avançam sobre áreas de pastagens e lavouras.

O ataque de formigas na região Noroeste do Paraná é grave e nem mesmo as lavouras de soja têm escapado do ataque nos últimos anos. O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) promove, no próximo dia 21, uma tarde de campo a respeito do manejo da formiga cortadeira, em Assaí, para fazer frente ao problema. Na oportunidade, os organizadores vão explicar como é possível fazer o controle da formiga, inclusive usando a fumaça da queima de gasolina e lubrificante de moto serra para o controle dos formigueiros.

Valter Teixeira da Silva, extensionista do IDR-Paraná de Assaí, explicou que o avanço da formiga cortadeira acontece pela falta de um método eficaz de controle. Segundo ele, muitas vezes o produtor perde a batalha contra as formigas por não saber como usar os produtos disponíveis no mercado.

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“Tem produtor que coloca pouco produto e aí não faz efeito mesmo. Ou então põe em excesso e as formigas detectam que é veneno, isolam o local e continuam ampliando o formigueiro”, explicou. De acordo com as recomendações técnicas, são necessários 10 g de isca, ou formicida em pó, por metro quadrado de formigueiro. Daí a importância de dimensionar corretamente o tamanho da colônia de formigas para um controle eficaz.

INFORMAÇÃO São detalhes como esses que serão repassados aos participantes da Tarde de Campo promovida pelo IDR-Paraná de Assaí. A falta de conhecimento a respeito dos hábitos da formiga cortadeira, dificultam o seu controle. Um exemplo é a escolha dos locais onde são colocadas as iscas, ou pó formicida.

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Silva informou que os formigueiros têm vários olheiros, orifícios, com funções diversas. Ele explicou que existem os olheiros de respiração, os de controle da temperatura do formigueiro e aqueles que são usados para a entrada das formigas carregando folhas.

É justamente nesses últimos que a isca deve ser colocada. Quando a isca é colocada em outro tipo de olheiros, são ignoradas pelas formigas. “As iscas também não devem ser colocadas sobre o caminho percorrido pelas formigas, mas ao lado. Só assim elas levarão o produto para dentro do formigueiro que vai comprometer o desenvolvimento do fungo cultivado pelas formigas e que alimenta os insetos”, observou.

ALTERNATIVAS – Silva destacou que existem vários métodos de controle dos formigueiros e a termonebulização é um dos mais eficazes. No entanto, o alto custo da prática, até R$ 12 mil, inviabiliza sua aplicação em todas as propriedades.

Para contornar essa limitação, o extensionista desenvolveu uma alternativa que usa uma moto-serra adaptada a um kit de termonebulização. “A gente usa a fumaça tóxica da queima da gasolina e do óleo dois tempos que é injetada no formigueiro. Até os produtores orgânicos podem usar esse método, sem prejuízo para quem tem a certificação”, explicou.

Nos últimos anos, o extensionista vem observando o avanço da formiga cortadeira nos ambientes urbanos. Ele disse que já presenciou vários casos de grandes formigueiros sob casas ou em terrenos baldios. “O maior problema é que os produtos que existem no mercado são apenas para o uso rural e não são indicados para o meio urbano. Nesse caso, o método alternativo, com a fumaça tóxica, seria uma solução”, ressaltou Silva.

Ele acredita que o controle da formiga deve aumentar, já que os produtores estão percebendo o prejuízo que a praga causa em suas lavouras. “Quando a formiga começou a atacar as lavouras de soja, os produtores ficaram alertas. Enquanto a praga estava nas pastagens era comum o produtor não ligar. Mas quando mexe numa cultura que dá tanta renda, aí o produtor se preocupa mais”, concluiu o extensionista.

AGENDA– Tarde de Campo será realizada no dia 21, próxima quarta-feira, a patir das 14h, na PR 090, em frente à empresa Belagricola, em Assaí. Informações pelo telefone (43) 3262-4625.