Polícia PASTORAL DA TERRA
Criança de 9 anos é assassinada em comunidade do Engenho Roncadorzinho, em Pernambuco.
O pai do menino, é uma das principais lideranças da comunidade e presidente da Associação dos/as agricultores/as familiares do local.
11/02/2022 19h21
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: https://www.instagram.com/p/CZ1tAZxM87_/?utm_medium=share_sheet
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Criança de nove anos foi assassinada a tiros na noite dessa quinta-feira, 10, no Engenho Roncadorzinho, município de Barreiros, Mata Sul de Pernambuco.  O pai do menino, Geovane da Silva Santos, também foi atingido com os disparos, mas sobreviveu ao atentado. Ele é uma das principais lideranças da comunidade e presidente da Associação dos/as agricultores/as familiares do local. 

O crime bárbaro aconteceu por volta das 21h, quando sete homens encapuzados e fortemente armados invadiram a casa do presidente da associação e atiraram no trabalhador rural, que foi atingido de raspão no ombro. Em seguida, os homens atiraram no filho do agricultor, que se escondia debaixo da cama com a mãe.  A criança não resistiu aos disparos e morreu. A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque. 

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a FETAPE estão acompanhando o caso e prestando solidariedade à família e à comunidade. As organizações sociais cobram com veemência que investigações sejam imediatamente realizadas para apurar a sua eventual relação com o conflito agrário instaurado no local, sendo certo que, independente da motivação, é inadmissível e repugnante a invasão da casa de uma família e o execução cruel de uma criança 

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No Engenho Roncadorzinho, a ocupação das famílias na condição de agricultoras familiares se deu após falência das usinas onde trabalhavam ou eram credoras, mas nunca receberam as devidas indenizações. O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma Massa Falida sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou.  A comunidade existe há 40 anos e abriga cerca de 400 trabalhadores rurais posseiros, sendo 150 delas crianças.  Nos últimos anos, a comunidade vem sofrendo diversas ameaças e violências promovidas por empresas que exploram economicamente a área. A situação vem sendo denunciada pela FETAPE e pela CPT há vários meses, sem que medidas efetivas sejam tomadas por parte do Estado para solucionar a tensão e a violência no local.

 

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