Geral Piauí
Rafael Fonteles defende que renegociação de dívidas dos estados deve garantir uma distribuição mais justa e isonômica de recursos
O governador sugere que o valor da redução dos encargos dos maiores devedores seja o mesmo a ser direcionado para um fundo a ser rateado entre os d...
04/07/2024 19h31
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Piauí

O governador Rafael Fonteles defendeu, por meio de suas redes sociais, que a renegociação das dívidas dos estados com a União deve garantir uma distribuição mais equitativa e isonômica dos recursos entre os entes federados. A pauta está em análise no Congresso Nacional, que vai analisar em breve, as propostas de renegociação das dívidas dos estados junto à União, estimada em R$ 764,9 bilhões.

A expectativa é de que um projeto de lei complementar seja apresentado antes do recesso parlamentar de julho. Caso a medida seja aprovada, vai permitir ao Governo Federal repactuar dívidas com estados e municípios.

Rafael Fonteles elencou questões importantes que devem ser levadas em conta na tomada de decisão dos parlamentares. Segundo o gestor, do valor total da dívida dos estados com a União, mais de R$ 680 bilhões são relativos a apenas cinco estados da federação, representando 92% do estoque total da dívida.

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"Há dois estados, o Piauí e o Tocantins, que não têm dívida junto ao Tesouro Nacional, e a grande maioria possui dívidas inferiores a 1% do estoque total da dívida junto à União", explica o governador do Piauí.

Rafael Fonteles esclarece que os encargos da dívida dos estados com a União são de IPCA + 4%, equivalente a cerca de 8% ao ano, inferior à taxa básica de juros (Selic), o que denota, segundo ele, um subsídio por parte da União, levando, na prática, a uma transferência de recursos dos estados mais pobres para os estados mais ricos.

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Já com relação às dívidas junto aos bancos públicos do sistema nacional, Rafael lembra que os encargos são próximos a 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), ou seja, equivale a mais de 12% ao ano. O governador cita ainda que a dívida com a União tem um prazo mais longo, média de 20 anos, enquanto a dívida com os bancos públicos, o prazo é de aproximadamente 10 anos.

Diante desses parâmetros, o governador propôs uma solução mais justa e isonômica para os estados e sugere que o valor da redução dos encargos das dívidas dos estados com a União, basicamente cinco estados, seria o mesmo quantitativo a ser direcionado para um fundo a ser rateado entre os demais (22 estados). "Dessa forma, garantiríamos uma distribuição mais equitativa dos recursos", ressalta o gestor.

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Rafael esclarece que se os encargos da dívida com a União forem reduzidos de IPCA + 4% para IPCA + 2%, um mesmo montante equivalente aos 2% de redução seria destinado para o fundo para ser rateado entre os 22 estados. "Em outras palavras, os estados com dívidas maiores teriam sua dívida reduzida em 2% e um mesmo esforço de 2% seria direcionado para os 22 estados, menores devedores, por meio do fundo", comentou Fonteles.

O governador explica ainda que o critério de rateio proposto para o fundo seria 50% baseado no Fundo de Participação dos Estados (FPE), para corrigir as desigualdades regionais, e 50% baseado no tamanho da dívida de cada estado, dando um peso maior aos estados com menor dívida, já que os que têm dívida maior  já seriam beneficiados com a redução dos juros.

"Além disso, propomos a possibilidade de renegociação das dívidas dos estados com bancos públicos a uma taxa também de IPCA + 2%, garantindo uma sustentabilidade maior do fluxo de recursos e mais investimentos em áreas essenciais como educação, saúde, segurança, meio ambiente e infraestrutura", afirma Rafael, declarando que essa proposta busca equilibrar os encargos financeiros entre os estados, promovendo uma distribuição mais justa dos recursos e garantindo que todos os estados possam investir em desenvolvimento sustentável e melhorias para a população.