Este é o resumo do artigo de 8 páginas que tem por objetivo apresentar como a inteligência artificial poderá ser utilizada no desenvolvimento da educação com os benefícios e os riscos relacionados com sua utilização, bem como mostrar as deficiências na aplicação da Inteligência Artificial nos processos de ensino no Brasil. Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia computacional ou um conjunto de tecnologias como redes neurais artificiais, algoritmos e sistemas de aprendizado cujo objetivo é imitar capacidades mentais humanas, tais como: raciocínio, percepção de ambiente e capacidade de tomada de decisão. A tecnologia é desenvolvida com o intuito de que máquinas possam resolver uma série de problemas, abordando desde a grande complexidade de gestões governamentais e da indústria às tarefas do cotidiano do homem e mulher modernos. Para isso, a IA utiliza uma sofisticada tecnologia de aprendizado, permitindo que ela aprenda com um grande conjunto de dados e atue por conta própria. O objetivo geral da IA é criar máquinas que possam operar com o mesmo nível de capacidade cognitiva dos humanos, ou até superá-lo.
Nas palavras do cientista de computação que criou o termo, John McCarthy, Inteligência Artificial é “a ciência e engenharia de produzir sistemas inteligentes”. É a tecnologia empregada para fazer máquinas se comportarem como humanos na realização de atividades manuais, tomada de decisões, compreensão de dados e até a criação de conteúdo (inovação mais recente). As máquinas são munidas de dados e programadas para aprender com eles, dividindo as informações em camadas e reconhecendo padrões. A Inteligência Artificial (IA), em especial a IA generativa, está se popularizando rapidamente e transformando diversas áreas da sociedade, inclusive a educação. Quais são os benefícios e os riscos da Inteligência Artificial na educação? A Inteligência Artificial pode ajudar o professor a elaborar questões, fazer o planejamento de aulas e avaliar o desempenho dos estudantes. Para o aluno, a IA facilita a pesquisa e a obtenção de conhecimento. Mas isso não significa substituição do papel do professor. Muito pelo contrário, o desenvolvimento da habilidade de manusear corretamente essa tecnologia será mais uma tarefa do docente no contexto da cultura digital. Hoje, o papel do professor não é de mero transmissor de informações, e sim de mediador e apoiador no processo de aprendizagem. Da mesma forma, a atribuição da escola, no que tange à formação dos estudantes, é muito mais complexa do que o fornecimento de conhecimento técnico. Ela deve desenvolver o raciocínio lógico, a empatia, a ética e o senso crítico.
A Inteligência Artificial pode trazer melhorias para o processo educacional, mas também traz riscos e desafios para as instituições de ensino. Os benefícios da Inteligência Artificial na educação são vários ao proporcionar: 1) novas ferramentas de pesquisa para ao alunos; 2) o aprendizado pelo aluno em qualquer hora e em qualquer lugar; 3) o ensino personalizado; 4) a conexão com outras culturas e idiomas; 5) a automação das avaliações; e, 6) a gestão escolar data-driven (baseada em dados). Os riscos da Inteligência Artificial na educação são os seguintes [2]: 1) o uso não crítico e não consciente das tecnologias; 2) facilitação do plágio; 3) desinformação e disseminação de notícias falsas; 4) aprofundamento da desigualdade educacional; 5) dependência excessiva da tecnologia; 6) aprendizagem mecânica; 7) discriminação; e, 8) violação de privacidade. As instituições de ensino em todos os níveis, seus administradores e professores devem perseverar no sentido de fazer prevalecer os benefícios e evitar os riscos do uso da Inteligência Artificial na educação.
De acordo com dados da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada pelo Instituto Semesp - entidade que representa mantenedoras de ensino superior, realizada entre 18 a 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do País apenas pouco mais de um terço, 39,2%, dos professores entrevistados disseram que sempre utilizam a Inteligência Artificial como ferramenta de ensino. Embora considerem importante o uso dessas ferramentas, os professores também relatam problemas estruturais e pedagógicos que impedem ou dificultam o uso da tecnologia nas escolas. Entre esses problemas estão a falta de internet na escola, a falta de formação dos próprios professores para o uso das tecnologias no ensino e também maior dificuldade para prender a atenção dos alunos. Pouco menos da metade dos professores, 45,7%, respondeu que, na escola em que leciona, os professores e alunos têm acesso à tecnologia, como computadores, internet, etc. Outros 7% responderam que ainda não há acesso à tecnologia nas unidades de ensino nas quais trabalham.
Pouco mais da metade (52%) dos universitários brasileiros usa inteligência artificial (IA) nos estudos, de acordo com uma pesquisa global realizada pela Chegg.org, o braço sem fins lucrativos da empresa de tecnologia educacional Chegg. Foram ouvidos 1.010 estudantes de 18 a 21 anos no Brasil. Metade dos estudantes brasileiros acredita que as universidades deveriam promover o uso de ferramentas de Inteligência Artificial para auxiliar nos trabalhos. Enquanto 44% acredita que o seu uso deveria ser limitado, e apenas 7% acha que o uso de IA deveria ser banido nas universidades. Sem diretrizes, ensino superior ainda tenta entender o impacto da Inteligência Artificial como a Universidade de Princeton e a Universidade da Pensilvânia, ambas nos Estados Unidos. Desde que o ChatGPT ferramenta que pode “conversar” com as pessoas por meio de mensagens de texto, ganhou popularidade, o termo Inteligência Artificial tem sido cada vez mais frequente em rodas de conversas dentro e fora da sala de aula.
No caso do ensino superior, muitas universidades ainda estão preocupadas e ainda não sabem o que fazer se, porventura, um estudante utilizar uma plataforma de IA generativa, como é o caso do ChatGPT, para realizar trabalhos. Especialistas destacam que mais importante do que ensinar sobre as técnicas, as universidades devem trabalhar a ética dos processos. Das questões éticas ao potencial das ferramentas, dos modelos de regulação à didática crítica e ao desenvolvimento docente foram tópicos abordados durante o 8º Congresso de Graduação da USP, que teve como tema Inteligência artificial na graduação: um convite ao debate. A programação diversificada contou com mesas-redondas, apresentação de especialistas, sessão de pôsteres digitais, exposição e atividades culturais. Neste evento, houve uma recomendação de que, para implementar novas tecnologias de ensino, como a IA e outras ferramentas, é preciso formar docentes, o que passa pela pós-graduação, e modernizar a graduação com olhar no protagonismo dos alunos.
Pelo exposto, constata-se que a Inteligência Artificial trará benefícios incomensuráveis às instituições de ensino, a seus gestores, aos professores e aos alunos em todos os níveis, que existem riscos que precisam ser evitados em sua utilização, que muitas universidades no mundo ainda não sabem o que fazer quanto ao uso da Inteligência Artificial na educação e que o Brasil apresenta grandes deficiências na aplicação das ferramentas da Inteligência Artificial na educação em todos os seus níveis de ensino.
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