Um procedimento que antes levava até onze horas para realização – contadas as horas na estrada; agora será realizado em quatro horas, aqui mesmo em Sorriso. E só de pensar nisso a dona Terezinha Sartori resume o sentimento de toda a família com uma palavra: emoção. “Emocionada. É assim que me sinto em ver meu marido fazer hemodiálise em casa. Tenho certeza de que todas as famílias dos demais pacientes sentem essa mesma alegria; agora ele vai entrar aqui às 7 horas e chegar em casa às 11 horas, para o almoço”, conta.
Terezinha relata que até então era necessário sair de Sorriso às 10 horas da manhã para o atendimento. “Só voltávamos depois do último paciente concluir o procedimento por volta das 20, 21 horas; e nem sempre o paciente volta bem, muitas vezes sente náuseas, vômitos, então saber que teremos esse serviço no Município mesmo é um alívio muito grande”, diz. O esposo de dona Terezinha integrou o grupo de pacientes que na última sexta-feira, 28 de junho, participou dos testes iniciais da Clínica de Tratamento Renal, popularmente conhecida como Centro de Hemodiálise. Seis pacientes passaram pelo procedimento na sexta. “E sei que a alegria de todos é a mesma”, reforça Terezinha.
E a Clínica já tem data oficial para ser inaugurada: a próxima quinta-feira, 04 de julho.
Quem reforça a data é o médico nefrologista Vitor Carlos Souza Vieira, responsável pelo Instituto Nefrológico Ltda, que irá operar o espaço. Vitor destaca que desde 1994 o Instituto oferta terapia renal substitutiva no Estado. A primeira clínica foi aberta em julho de 1994 em Várzea Grande; a segunda em 2021, em Primavera do Leste. “E agora estamos aqui em Sorriso para ofertar terapia renal substitutiva e qualidade de vida aos pacientes”, frisa.
Emocionado como dona Terezinha, o médico detalha que a data escolhida para a abertura oficial da Clínica coincide com outra data muito especial em sua vida pessoal. “No dia 4 de julho farei 30 anos de formação em medicina; 30 anos de dedicação e amor à profissão que escolhi porque sem ter amor pela profissão você não prospera; é preciso muito cuidado com a vida do outro”, ressalta.
O médico detalha que no espaço serão ofertadas consultas clínicas com nefrologista, tratamento e acompanhamento que incluem desde o preparo para a realização da diálise até acompanhamento de casos e preparo para transplante renal. “Será uma clínica moderna com acompanhamento clínico avançado e focada em proporcionar mais qualidade de vida ao paciente”, ressalta o especialista.
O espaço abrirá ao público já atendendo 54 pacientes com necessidade mensal de aplicação de R$ 300 mil. Além dos 30 pacientes sorrisenses, com a operação da Clínica em Sorriso devem ser atendidos nove pacientes de Nova Mutum; 11 de Lucas do Rio Verde. Os outros quatro pacientes são dos municípios de Ipiranga do Norte, Itanhangá, Nova Ubiratã e Tapurah. Contudo, dependendo da demanda o número de pacientes atendidos pode chegar a até 84 pessoas.
Para o secretário de Saúde e Saneamento, Luis Fábio Marchioro, a clínica é “um presente para os 20 pacientes de Sorriso que três vezes por semana se deslocam a Sinop para o tratamento”. Luis Fábio acrescenta que o trabalho iniciou em 2017 com “um sonho que aos poucos foi sendo tirado do papel; o Município investiu cerca de R$ 2 milhões em recursos próprios no prédio, além da doação do terreno e hoje temos aqui um espaço amplo, acolhedor e com máquinas de última geração para ofertar qualidade de vida; o dia 28 de julho de 2024 é um momento histórico para o nosso Município”, ressalta.
Para o prefeito Ari Lafin acompanhar os pacientes nas sessões de teste traz a sensação de dever cumprido. “Nossa missão na saúde é salvar vidas e é exatamente isso que acompanhamos de perto na Clínica Renal hoje: vidas sendo salvas”, diz. O gestor pontuou ainda que um “exército atuou para tornar esse momento realidade: o Luis Fábio e o Sílvio (Sílvio Stolfo, secretário-adjunto de Saúde) tiveram uma participação direta com toda a equipe da Saúde; assim como o Ednilson (Ednilson Oliveira, secretário da Cidade) com a equipe da Secretaria da Cidade, responsáveis por planejar cada detalhe aqui; tivemos apoio de todos os setores envolvidos no processo no Executivo; dos pacientes, familiares e do Legislativo, essa Clínica é a soma de muito esforço e trabalho de muita gente”, comemora.
Ari lembra que o serviço de hemodiálise é um serviço de alta complexidade e não seria de responsabilidade direta do Município. “No entanto, sabemos da necessidade de nossos pacientes, entendemos o quão sofrido é este processo de estar doente, debilitado e necessitar numa mesma semana enfrentar a estrada várias vezes para tratamento, e entendemos que o que for possível ao Município fazer para melhorar o dia a dia do paciente, faremos”, completa.
Texto: Claudia Lazarotto
Fotos: Joabson Lima
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