Cultura Teatro
Caixa Cultural Salvador apresenta peça “Para Meu Amigo Branco”.
Inspirada em livro homônimo do jornalista Manoel Soares, montagem tem direção de Rodrigo França.
28/06/2024 22h54
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Viva Comunicação Interativa / Caixa Cultural.
Fotos: Divulgação / Assessoria

A CAIXA Cultural Salvador apresenta, de 5 a 7 de julho (de sexta a domingo), a peça Para Meu Amigo Branco, sobre a história de um homem que, em uma reunião escolar entre pais e professores, levanta um importante debate sobre racismo: sua filha de 8 anos foi chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. Com direção de Rodrigo França, a temporada tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. Todas as sessões terão tradução para libras.

Na trama, enquanto a escola prefere lidar com a questão da violência contra a garota apenas como bullying, seu pai, interpretado por Reinaldo Junior, luta para mostrar aos presentes que a situação é bem mais complexa. O impasse ganha novos contornos quando um pai branco, interpretado por Fernão Lacerda, inicialmente solidário à causa, muda de comportamento ao descobrir que seu filho é o responsável pela agressão.

O texto é assinado por Rodrigo França e Mery Delmond, inspirado no livro homônimo do jornalista e ativista social Manoel Soares. A ideia é que personagens brancos e negros discutam o racismo em cena, estimulando a plateia a refletir sobre as suas ações cotidianas. Para isso, o público deixa de ser passivo. “A encenação faz o possível e o impossível para as pessoas esquecerem que estão no teatro e mergulhem na realidade da reunião escolar. Ou seja, além de os espectadores estarem posicionados como se estivessem na ação, a atriz que interpreta a professora circula entre todo mundo, incluindo todos os presentes naquele ambiente. O espetáculo fala sobre uma figura paterna incansável, que não tolera o racismo e deixa isso bem claro. A peça clama por dignidade. O texto defende que só é possível respeitar o outro se enxergarmos a humanidade do outro”, defende França.  

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O diretor Rodrigo França ressalta ainda a importância de apresentar um espetáculo com uma temática tão relevante e atual em Salvador, cidade mais negra fora da África. “Realizar este espetáculo em Salvador, a cidade mais negra do Brasil, carrega um significado profundo. A temática do racismo na escola ganha ainda mais relevância aqui, onde a identidade e a resistência da comunidade negra estão tão presentes. Queremos somar ao provocar reflexões e debates que vão além do palco, ecoando na vida cotidiana, para que possamos mostrar as fissuras da sociedade que está longe de ser justa e igualitária”, pontua. 

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O espetáculo chega a Salvador após bem-sucedidas temporadas no Rio de Janeiro, em 2023, e em São Paulo, em 2024.  A peça venceu o edital Sesc RJ Pulsar e foi indicada ao Prêmio Shell (2023) de melhor cenário.

Bate-papo com o público:
Além das apresentações, na quarta-feira (03), às 19h30, será realizado bate-papo aberto ao público com o diretor Rodrigo França. No encontro, o diretor apresentará o lançamento do seu livro “O menino e sua árvore”, que fala sobre a importância da ancestralidade, de reverenciar a sabedoria dos mais velhos, do acolhimento da família e do amor que faz as pessoas se sentirem confiantes e orgulhosas de suas origens.

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Na sexta (05), Manoel Soares participará de um bate-papo e sessão de fotos com o público após o espetáculo. Já no sábado (06), é a vez da autora Mery Delmond participar de um bate-papo com o elenco e a plateia após a apresentação. 

Serviço:
[Teatro] Para Meu Amigo Branco
Local: CAIXA Cultural Salvador, Rua Carlos Gomes, 57 — Centro
Datas: Dias 5, 6 e 7 de julho (de sexta a domingo), às 20h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para clientes CAIXA e casos previstos em lei) 
Duração: 80 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Acesso para pessoas com deficiência.
Todas as sessões terão tradução para libras.
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal 
Informações: (71) 3241 4200 | CAIXA Cultural e @CAIXACultural Salvador.