Com a produção de 495.995 toneladas de cebola na safra 2021/22, Santa Catarina se mantém como o maior produtor da hortaliça no país, respondendo por cerca de 30% do total nacional. Segundo Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, a safra se encerrou com produtividade média de 28.396 kg/ha, numa área plantada de 17.467ha. Ele relata que, com esses números, a cebola é responsável pela injeção de R$ 914,58 milhões na economia catarinense, ou seja, esse é valor que os agricultores faturaram com a venda nesta safra, fazendo a economia girar, principalmente nas regiões produtoras.
Comercialização e importações
Os bulbos da recente safra também apresentaram uma boa qualidade e tamanho aceitável pelo mercado. Aliada à qualidade sanitária dos bulbos, a capacidade de armazenagem instalada nas propriedades dos produtores catarinenses está permitindo que a hortaliça possa ser comercializada por período mais longo, relata Jurandi. Ele avalia que, até o final de maio, toda a cebola catarinense esteja distribuída para o mercado nacional. “De fevereiro a abril, Santa Catarina é o único estado fornecedor de cebola do Brasil”, destaca.
Os produtores catarinenses de cebola estão recebendo, em média, R$ 2,05 pelo Kg do produto, calcula a Epagri/Cepa. A estimativa do custo médio de produção ficou em R$ 1,57. Contudo, Jurandi ressalta que há quem produza com custo abaixo ou acima da média estimada, e que os lucros vão depender da margem de cada um.
A queda nas importações é outra boa notícia para os produtores de cebola do Estado. Segundo Jurandi, até o final de fevereiro ela estava baixa em relação aos anos anteriores, o que fortalece o mercado interno. “Em 2021, o país importou 116,96 mil toneladas de cebola, volume 40,85% menor que no ano de 2020. Nos dois primeiros meses de 2022, as importações foram 75,26% menores que no mesmo período do ano anterior”, relata. Entre os fatores causadores do cenário estão o câmbio desfavorável para compra de produtos do exterior, e o encarecimento do transporte internacional ocasionado pela falta de contêineres no mercado.