Grupo de peritos do TPI (Tribunal Penal Internacional), sediado em Haia, na Holanda, aconselhou por unanimidade pedir mandados de captura contra dirigentes de Israel e do Hamas em painel realizado recentemente. O principal procurador do TPI, o britânico Karim Khan, anunciou na segunda-feira que tinha solicitado ao tribunal a emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, além de mandados de detenção do líder do Hamas Ismail Haniyeh, o chefe em Gaza, Yahya Sinwar, e o comandante das Brigadas Al-Qassam, Mohammed Al-Masri, conhecido como Deif. Os cinco visados são suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade alegadamente cometidos em Israel e na Faixa de Gaza.
Com os mandados de prisão, Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Yoav Gallant de Israel não poderão ir a nenhum dos 124 países que aderiram às regras do Tribunal Penal Internacional, sob risco de prisão. Esta medida do TPI é tardia, mas absolutamente necessária para mostrar que nenhum governante de qualquer nação e nenhum grupo político, como o Hamas, podem ficar impunes diante dos crimes de guerra e contra a humanidade que praticaram e continuam praticando. Esta medida do TPI é uma sinalização para o povo israelense e palestino da necessidade de que sejam afastados do poder os extremistas de direita que governam Israel e os dirigentes extremistas que comandam o Hamas. Esta é a primeira condição para que a paz possa ser construída e celebrada na região da Palestina ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
A construção da paz só poderá acontecer na região da Palestina se o povo judeu em Israel e no mundo inteiro, bem como os palestinos repelirem politicamente os extremistas que exercem o poder em seus territórios e constituírem governos que busquem a conciliação entre os povos judeu e palestino. Esta seria a forma de evitar a continuidade do conflito entre o Estado de Israel e o povo palestino. Pode-se afirmar que só há uma solução para o conflito entre Palestina e Israel: de um lado, Israel precisa aceitar a constituição do Estado palestino, buscar uma solução justa e negociada sobre Jerusalém e sobre o destino de refugiados palestinos e acabar com os assentamentos judeus na Cisjordânia e, de outro, os palestinos precisam reconhecer o Estado de Israel porque nem palestinos nem israelenses podem impor sua vontade um ao outro. Nem os extremistas de direita que governam Israel nem os grupos extremistas palestinos terão condições de impor sua vontade pela força das armas na Palestina.
Os fatos demonstram que houve uma estratégia deliberada dos diversos governos de Israel desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, quando Israel, pais vencedor do conflito, ocupou toda a Palestina, as Colinas de Golan na Síria e a Península do Sinai no Egito, em conquistar progressivamente o território da Palestina até o momento atual. O mapa da Palestina tem se modificado ao longo dos anos com o avanço de Israel sobre território palestino. No momento atual, o governo de Israel ocupa tiranicamente a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Esta situação não pode continuar porque é geradora de conflito permanente entre judeus e palestinos. Dificilmente a paz entre judeus e palestinos poderá ser celebrada mantidas essas condições. Os palestinos reivindicam estabelecer um Estado Palestino soberano e independente. Grande parte dos palestinos aceita as regiões da Cisjordânia e da faixa de Gaza como território para um futuro Estado palestino. Muitos israelenses também aceitam essa solução. Uma discussão em torno dessa solução ocorreu durante os Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que permitiu a formação da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Para que a paz seja celebrada na Palestina, seria preciso resolver os principais pontos de discórdia, que são a disputa sobre Jerusalém, o destino de refugiados palestinos e o fim de assentamentos judaicos na Cisjordânia. É pouco provável que o conflito entre palestinos e judeus seja solucionado na atualidade porque as instituições internacionais existentes não são capazes de construir uma saída negociada para o conflito entre estes dois povos e entre Israel, o Irã e os países árabes. Os Estados Unidos perderam a capacidade de mediar qualquer conflito, nenhuma grande potência reúne condições para exercer este papel e a ONU é incapaz de promover a paz nas dimensões local, regional ou global na atualidade. Se tudo continuar como está, nenhuma estrutura, nem mesmo a ONU, que funciona, na prática, a serviço dos interesses dos Estados Unidos, será capaz de exercer a governabilidade sobre o planeta Terra. Isto significa dizer que urge a reestruturação do sistema internacional para solucionar o conflito entre Israel e Palestina, entre Rússia e Ucrânia e todos os conflitos internacionais que venham a ocorrer no futuro.
É chegada a hora da humanidade se dotar o mais urgentemente possível de instrumentos capazes de promover a construção da paz mundial e de exercer o controle de seu destino. Para alcançar estes objetivos, urge a reestruturação da ONU visando transformá-la em um governo democrático do mundo que se constitui no único meio de sobrevivência da espécie humana. Para viabilizar a paz entre Israel e Palestina e afastar definitivamente novos riscos de uma nova guerra mundial e que a se concretize a paz perpétua em nosso planeta, seria preciso a reforma do sistema internacional atual que é incapaz de garantir a paz mundial. O novo sistema internacional deveria funcionar com base em um Contrato Social Planetário. O Contrato Social Planetário seria a Constituição dos povos do planeta Terra. O Contrato Social Planetário deveria estabelecer a existência de um Governo Mundial, de um Parlamento Mundial e de uma Corte Suprema Mundial. O novo estado de direito internacional seria executado pelos três poderes constituídos: Governo Mundial, Parlamento Mundial e Corte Suprema Mundial.
Para viabilizar uma governança mundial, é preciso que, de início, exista um poderoso movimento mundial em defesa da paz mundial através de um Fórum Mundial pela Paz e pelo Progresso da Humanidade a ser constituído por organizações da Sociedade Civil e governos de todos os países do mundo. Neste Fórum deveriam ser debatidos e estabelecidos os objetivos e estratégias de constituição de um Governo Mundial, um Parlamento Mundial e uma Corte Suprema Mundial visando sensibilizar a população mundial e os governos nacionais no sentido de tornar realidade um mundo de paz e de progresso para toda a humanidade. Este seria o caminho que tornaria possível transformar a utopia do Governo Mundial em realidade. Sem a constituição de um Governo Mundial democrático, o cenário que se descortina para o futuro da humanidade será o de desordem econômica, política e social, da guerra de todos contra todos, e de extinção da espécie humana com o uso de armas nucleares pelos países contendores pelo poder mundial.
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