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G20 Teresina: Programa Viva o Semiárido beneficiou 36 mil famílias de agricultores no Piauí

Políticas públicas exitosas de combate à fome e à miséria são debatidas no âmbito do G20 e da construção da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

17/05/2024 às 20h04
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Piauí
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Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

O clima semiárido do sertão do Piauí sempre foi considerado um obstáculo para o desenvolvimento da região. Os municípios localizados nesse ecossistema mantêm, ao longo de décadas, os piores indicadores de pobreza do estado. No entanto, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido - Viva o Semiárido (PVSA), desenvolvido pelo Governo do Piauí com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), ajudou a melhorar significativamente a vida de mais de 36 mil famílias de agricultores em 89 cidades localizadas nesse território.

Executado de 2013 a 2022, o investimento total no projeto foi de R$ 106 milhões, sendo R$ 53 milhões investidos pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e contrapartida de outros R$ 53 milhões do Governo do Estado para o financiamento de planos de negócios nas atividades econômicas predominantes na área do projeto.

A iniciativa qualificou os agricultores e fortaleceu a criação de cooperativas. Com isso, as áreas de ovinocaprinocultura, apicultura, avicultura, piscicultura, mandiocultura, cajucultura e suinocultura passaram a ser potencialmente exploradas pelas famílias, melhorando a renda da população.

Os agricultores aumentaram a produção, passando a comercializar os bens primários para além de sua subsistência. Com isso, aumentaram a renda e passaram a adquirir eletrodomésticos e outros bens, como automóveis.

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Um dos exemplos de pessoas que tiveram a realidade transformada pela ação do programa é Felipe Joaquim de Souza, diretor-presidente da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi). Vindo de uma origem humilde de Bela Vista do Piauí, ele conta que sua a família dependia do Bolsa Família. Hoje o apicultor admite que o PVSA foi fundamental para a melhoria de sua qualidade de vida, graças à renda obtida com a criação de abelhas.

“Um dos benefícios mais marcantes para mim e para os apicultores foi a doação de uma centrífuga elétrica para a nossa cooperativa, o que elevou nossa produtividade em 20%”, afirma Filipe, hoje proprietário de 50 colmeias.

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Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

Com uma renda maior que a do passado, Felipe é proprietário de 45 hectares de terra e de um carro, este último um bem que ainda hoje é considerado um “artigo de luxo” na zona rural do Piauí. Além disso, está construindo uma casa maior para morar com a família.

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Filipe conta que a apicultura é uma alternativa mais promissora para o trabalhador rural do sertão porque o resultado após o investimento inicial é mais rápido. “Na roça, precisa desmatar, depois plantar e ainda tem dificuldade de encontrar comprador. Já para quem adquire a colmeia, consegue vender a produção logo no ano seguinte”, explica o produtor.

Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

Por isso, a renda de um apicultor acaba sendo bem maior do que a de um agricultor. Em média, um apicultor com 50 colmeias obtém um rendimento de R$ 2,1 mil mensais, enquanto que o agricultor de culturas comuns no sertão raramente consegue ganhar mais de meio salário mínimo (R$ 700).

Não foi à toa que a apicultura recebeu, ao longo do programa, 22% dos investimentos, atrás apenas da ovinocaprinocultura, com 35,7% dos recursos, e da agricultura mista, que teve 23%. O programa entregou 27 mil colmeias a cooperativas de apicultores, além de construir ou reformar 39 pequenos centros de processamento de mel (casas de mel). Também doou indumentárias e automatizou processos manuais com a aquisição de equipamentos.

Resultados

Segundo o relatório do PSVA, a produção agropecuária das famílias envolvidas com o projeto cresceu 89%. Além disso, houve tanto uma queda de 50% na quantidade de domicílios mais pobres (renda inferior a 1/8 salários mínimos), quanto um aumento de 54% na quantidade de menos pobres (renda acima de 1 salário mínimo).

Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

O Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido - Viva o Semiárido (PVSA) atou em 89 municípios de cinco territórios de desenvolvimento do Piauí: Vale do Sambito (15 municípios), Vale do Rio Guaribas (39), Vale do Rio Canindé (17), Serra da Capivara (18) e Chapada Vale do Rio Itaim (16).

Além da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), também participaram do projeto a Secretaria da Educação do Piauí (Seduc), Secretaria da Assistência Social do Piauí (Sasc), o extinto Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater), Secretaria de Planejamento do Piauí (Seplan) e Secretaria de Fazenda do Piauí (Sefaz).

G20 Teresina

Políticas públicas de combate à insegurança e à miséria, como o Programa Viva o Semiárido, estão sendo debatidas no âmbito do G20 e da construção de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Entre 20 e 24 de maio, a capital piauiense recebe eventos do G20 Social e será palco da 3ª reunião da Força-Tarefa para Aliança Global.

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