Pela terceira oportunidade em menos de 15 dias, o presidente Lula viajou ao Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (15), para acompanhar o trabalho de recuperação do estado e para anunciar novas providências de socorro ao povo gaúcho. Dessa vez, o governo federal concederá uma série de auxílios emergenciais à população forçada a recomeçar a vida depois das enchentes sem precedentes. Nas últimas 24 horas, houve um alento: segundo a Defesa Civil, o estado não registrou volumes significativos de chuva.
Ao lado de diversas autoridades, Lula visitou o abrigo instalado no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) em São Leopoldo e reiterou o amparo irrestrito aos mais vulneráveis. “Todas as pessoas que perderam sua casa por conta dessa coisa que aconteceu aqui vão ter o direito de ter uma casa no padrão do Minha Casa Minha Vida, faixa 1 e faixa 2”, assegurou o presidente.
Emocionado, o presidente levou uma mensagem de esperança ao povo gaúcho. “Vamos reconstruir as casas e reerguer a vida no Rio Grande do Sul”.
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“Eu agradeço a diferença que estamos fazendo no Brasil, todos juntos, e que vai marcar a vida das pessoas no estado do Rio Grande do Sul e também no restante do país”, destacou Lula. “Voluntários que deixaram o seu conforto para ajudar nossos irmãos do Sul. O Brasil que pegamos anos atrás é diferente do que estamos construindo agora com a solidariedade dos brasileiros com os gaúchos. Isso nos faz acreditar numa humanidade mais fraterna”.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), deputado Paulo Pimenta (PT-RS), foi nomeado por Lula ministro extraordinário de reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e ficará encarregado de articular as iniciativas do governo federal. Pimenta fez um balanço do que foi feito até agora e estimou os desafios a serem encarados à frente.
“Mais de 80 mil pessoas foram salvas, nesse estado, por essa força-tarefa, que envolveu um trabalho extraordinário de milhares de voluntários e de voluntárias, que merecem todo o nosso respeito e agradecimento”, exaltou.
“Nós temos consciência e noção da responsabilidade e do desafio que temos pela frente. É um fenômeno que ainda não está concluído. Temos a expectativa na região sul, as águas estão subindo em Rio Grande, Pelotas, São Lourenço (…) temos essa situação em boa parte da região metropolitana, com muitas cidades com milhares de casas debaixo d’água. Temos um número muito grande de pessoas desaparecidas.”
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De acordo com Pimenta, até o momento, 75 municípios gaúchos entraram com pedido de ajuda humanitária junto ao governo federal e já receberam os valores. “Municípios de até 50 mil habitantes, R$ 200 mil. Municípios de até 100 mil habitantes, R$ 300 mil. Municípios de mais de 100 mil habitantes, R$ 500 mil. Em menos de 24 horas”, elencou.
“Nós já pagamos mais de R$ 100 milhões em ajuda humanitária, para que os municípios, os prefeitos, tenham condição de garantir água, alimento, colchão, banheiro químico, pagar óleo diesel, tudo aquilo que for necessário”, concluiu.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), detalhou longamente as novas providências do governo Lula para o Rio Grande do Sul. Elas estão direcionadas às cidadãs e aos cidadãos que tiveram os pertences destruídos pelas enchentes.
“É uma ajuda para as pessoas que perderam sua geladeira, seu fogão, sua televisão, seus móveis, seu colchão”, disse. “Essas pessoas terão de forma rápida e facilitada, via Caixa Econômica Federal, a transferência nas suas contas de R$ 5,1 mil”, acrescentou, antes de ser aplaudido.
O ministro da Casa Civil antecipou também a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos moradores dos municípios ainda em estado de calamidade, sem a exigência do intervalo de 12 meses entre um saque e outro. “As pessoas poderão sacar (…) até o valor de R$ 6,22 mil.”
Em situação crítica, o município de São Leopoldo, a 40 km da capital, Porto Alegre, foi um dos mais devastados pelas cheias, com cerca de 180 mil pessoas atingidas. O prefeito Ary Vanazzi (PT) ressaltou a situação dramática da cidade. “Eu tomei muitas enchentes na vida, na Campina, mas igual a essa eu não vi”, descreveu.
“Todo o planejamento que nós formos fazer, daqui por diante, precisamos considerar que esse fenômeno climático não se repete só no Rio Grande do Sul e ele é fruto do descaso que a humanidade teve com a questão ambiental”, completou Vanazzi.
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