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Representação feminina tem baixa em Hollywood
Com menos protagonismo em grandes produções, mulheres ganham mais representação em filmes independentes
08/05/2024 11h05
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino

Um estudo da USC Annenberg Inclusion Initiative, publicado em fevereiro, mostrou que o número de protagonistas femininas nos filmes de Hollywood atingiu seu nível mais baixo em 10 anos.

Apesar do sucesso de US$ 1,4 bilhão de “Barbie”, dos 100 melhores filmes do ano passado, apenas 30 apresentavam uma protagonista ou co-protagonista feminina, o pior resultado desde 2014. Esta é uma queda substancial em relação a 2022, quando 44 filmes tinham uma protagonista feminina.

O relatório detalha ainda a porcentagem de filmes com protagonistas meninas ou mulheres por distribuidora. Walt Disney Studios e Paramount Pictures ocuparam os primeiros lugares, enquanto Universal Pictures e Lionsgate Films ficaram em último. 

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Essas descobertas contrastam fortemente com o que os pesquisadores observaram no conteúdo da Netflix, onde mais da metade de todos os longas-metragens desde 2019 retrataram uma protagonista ou co-protagonista feminina.

A mesma tendência aparece nos filmes independentes, onde um estudo mostra que as diretoras estão com mais tempo de exibição em festivais do que nunca.

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Este ano, no Festival de Cinema de Tribeca, as realizadoras superaram em número os seus pares masculinos – uma tendência detalhada no novo estudo de Martha M. Lauzen publicado pela Variety sobre a inclusão feminina nos principais festivais de cinema norte-americanos.

Na pesquisa, Lauzen encontrou uma correlação importante: “Os filmes com pelo menos uma realizadora mulher têm percentagens substancialmente mais elevadas de mulheres trabalhando como escritoras, montadoras e diretoras de fotografia do que os filmes com realizadores masculinos”, diz.

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Co-fundadora da Rhiza, uma produtora independente que atua em São Paulo e Los Angeles, Claudia Chakmati conta que há um clima de “ninguém solta a mão de ninguém” entre as mulheres na indústria do cinema. “As que conquistaram posição de liderança estão agora tentando trazer mais mulheres para o set”, afirma.

Claudia produziu o curta “The Long Way Home”, da diretora carioca Chloë de Carvalho, selecionado para o AFI DWW+ 2024. Além da narrativa feminina – onde a protagonista, mãe solteira, embarca com a filha de oito anos em uma investigação para desmascarar uma empresa farmacêutica –, o filme conta com equipe composta majoritariamente por mulheres. “As integrantes que eram mães ganharam adicional para creche ou babá”, conta Claudia. “São atitudes como essa que podem ajudar a indústria do cinema a ser mais inclusiva”, completa.

Enquanto isso, a sub-representação feminina na maior premiação do cinema continua um problema persistente. Em 96 edições do Oscar, apenas 17% dos nomeados são mulheres. Nove mulheres foram indicadas ao prêmio de “melhor direção”, dentre 474 indicados; até hoje, somente três levaram a estatueta, contra 93 prêmios entregues a diretores homens.