O aquecimento global já está impactando enormemente sobre a saúde da população mundial. A mudança climática resultante do aquecimento global afeta diretamente a saúde humana por meio de eventos climáticos extremos, da propagação de doenças transmitidas por vetores e outras doenças infecciosas e do agravamento da poluição do ar. Indiretamente, a mudança do clima afeta a saúde humana causando desnutrição, piorando as condições de trabalho e gerando estresse mental. O aumento na frequência das ondas de calor acarretará em uma duplicação ou até mesmo em uma triplicação até 2050 dos casos de infarto e doenças respiratórias. Haverá aumento também da quantidade de pessoas afetadas pela asma, das infecções transmitidas por mosquitos, dos casos de envenenamento por alimentos e as infecções virais, como a gripe aviária e a pneumonia atípica (SARS).
As mortes relacionadas aos efeitos do calor extremo podem quase quintuplicar nas próximas décadas, segundo um relatório feito por mais de 100 especialistas de 52 instituições de pesquisas e agências da ONU de todo o mundo, que monitora os impactos das mudanças climáticas na saúde. As conclusões foram publicadas na revista The Lancet. Os especialistas alertam que "a saúde da humanidade está em grave perigo". O relatório informa que em um cenário de aumento médio da temperatura de 2ºC na comparação com o período pré-industrial até o fim deste século, as mortes vinculadas ao calor podem aumentar em 4,7 vezes até 2050. As projeções de um mundo 2°C mais quente revelam um futuro perigoso e são um lembrete sombrio de que o ritmo e a escala dos esforços de mitigação observados até agora têm sido lamentavelmente inadequados para proteger a saúde e a segurança das pessoas.
Pessoas com mais de 65 anos têm sido as mais vulneráveis ao aumento das temperaturas. As mortes nessa faixa etária atribuídas ao aumento das temperaturas subiram 85% na última década (2013-2022), em comparação com o número de pessoas que morreram durante o período de 1991-2000. Os cientistas destacam que o calor é apenas um dos fatores climáticos que podem contribuir para o aumento da mortalidade. Ondas de calor mais frequentes poderão fazer com que cerca de 525 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar moderada ou grave até a metade deste século, aumentando o risco global de desnutrição. As doenças infecciosas transmitidas por mosquitos devem continuar em propagação. A transmissão da dengue, por exemplo, pode registrar alta de 36%. Já estamos vendo a catástrofe acontecendo para a saúde e a subsistência de bilhões de pessoas ao redor do mundo, ameaçados por ondas de calor recordes, secas devastadoras para as colheitas, níveis crescentes de fome, surtos crescentes de doenças infecciosas, tempestades e inundações fatais.
Poderá haver redução da disponibilidade de alimentos. Os problemas de disponibilidade de alimentos se tornarão mais pronunciados à medida que a temperatura global aumentar. Para cada grau de aumento de temperatura, a produção mundial de trigo cai em 6% e a produção mundial de arroz cai em 10%. Mudanças na precipitação pluviométrica, aumento na temperatura média do planeta e mudanças na composição do solo são fatores determinantes para o crescimento e a qualidade das lavouras. A mudança climática pode reduzir o valor nutricional das lavouras, fazendo com que a subnutrição seja considerada por alguns pesquisadores como o maior impacto potencial da mudança climática na saúde neste século. Novas pesquisas sugerem que em um mundo mais quente o metabolismo dos insetos aumente, fazendo com que estes comam mais e aumentem as perdas nas lavouras.
Poderá haver escassez de água. O aquecimento das camadas de geleiras está impactando o suprimento de água doce. O Oriente Médio, a Índia, a Antártida e a Groenlândia estão enfrentando uma significativa perda de água doce. 80% da população mundial já está enfrentando ameaças à sua segurança hídrica, incluindo disponibilidade de água, demanda por água e sua poluição. As populações que vivem em áreas baixas sofrem maior risco de inundação e contaminação de suas fontes de água doce pela elevação do nível do mar e pela salinização do solo. Temperaturas mais altas das águas, aumento de chuvas e secas podem aumentar a poluição da água e prejudicar a saúde humana.
Poderá ocorrer doenças transmitidas por vetores. As mudanças na temperatura, precipitação e umidade fazem com que haja o aumento do risco de transmissão de doenças. É esperado que a mudança climática resultante do aquecimento global mude os padrões de doenças com algumas regiões enfrentando aumentos, enquanto outras podem ter reduções. A malária, a dengue, a encefalite japonesa e a encefalite transmitida por carrapatos são doenças infecciosas transmitidas por insetos que serão provocadas pela mudança climática. A poluição do ar é hoje um dos principais fatores de risco à saúde, levando a aumentos importantes da mortalidade e da morbidade via doenças cardiovasculares e pulmonares. A poluição do ar em todo o mundo frequentemente causada pelo uso dos mesmos combustíveis fósseis que causam a mudança climática pode fazer com que esta venha a piorar os efeitos da poluição do ar. A poluição do ar é um grande problema principalmente nas áreas urbanas.
Tudo isto demonstra a ineficácia das reuniões da ONU visando o combate ao aquecimento global e à consequente mudança climática porque muitas das decisões que foram tomadas nas diversas COPs realizadas não foram colocadas em prática. Para mudar essa situação que ameaça a saúde da população mundial, é necessário reestruturar a ONU para ela adquirir a autoridade para evitar a mudança climática catastrófica que se anuncia para o futuro do planeta Terra. A reestruturação da ONU é necessária, não apenas para evitar a eclosão da 3ª Guerra Mundial, a ocorrência de pandemias e as ameaças provocadas pelas forças da natureza existentes no planeta Terra e as ameaças vindas do espaço exterior, mas também para evitar a mudança climática catastrófica global.
Para combater o aquecimento global e evitar a mudança climática catastrófica global, a nova ONU a ser reestruturada como governo mundial deveria coordenar as ações globais para fazer com que o progresso ambiental em cada país e globalmente seja baseado no modelo desenvolvimento sustentável para garantir que as necessidades das gerações atuais ocorram sem comprometer as necessidades das gerações futuras pondo fim à constante degradação ambiental que se caracteriza pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta e pela mudança climática que ameaçam o futuro da humanidade. A insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento capitalista é evidente, uma vez que tem sido extremamente destrutiva das condições de vida no planeta. Diante disso, é imperativo substituir o atual modelo econômico capitalista dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado ao meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável que só poderá ser alcançado com a celebração de um Contrato Social Planetário que estabeleceria as bases das relações entre os países em termos de meio ambiente e das relações entre os seres humanos e a natureza [5].
Pelo exposto, a humanidade está diante de dois cenários: 1) reestruturar a ONU para evitar a mudança climática catastrófica global; ou, 2) manter o “status quo” contribuindo para a ocorrência da mudança climática catastrófica global que atenta contra a vida no planeta.
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