Hoje, mais uma vez, o exército de Israel pratica o assassinato de 112 palestinos que se encontravam em fila para receber alimentos provenientes da ajuda humanitária. Este assassinato soma-se aos 28.700 palestinos mortos e quase 69.000 outros foram feridos até o presente momento. Sob o argumento de tentar aniquilar o Hamas em resposta à ação terrorista de 7 de outubro de 2023, o governo israelense sob o comando de Benjamin Netanyahu, pratica um inominável crime de guerra contra o povo palestino com a política de bombardeio contínuo e covarde dos seus centros urbanos e de isolamento desta população em Gaza que funciona como um gueto similar, por exemplo, ao Gueto de Varsóvia na Polônia implantado pela Alemanha nazista contra os judeus. Os detentores do poder em Israel estão dando continuidade à política posta em prática por Ben Gurion, judeu polonês, primeiro chefe de governo de Israel de 1948 a 1963, que afirmou que "após Israel se tornar uma força poderosa, como resultado da criação do estado, nós aboliremos a partilha e nos expandiremos para toda a Palestina. (...) O estado será apenas um estágio na realização do sionismo e sua tarefa é preparar a base para nossa expansão por toda a Palestina".
O governo de Benjamin Netanyahu dando continuidade à política de Ben Gurion ao ocupar militarmente a Faixa de Gaza depois de ter ocupado a Cisjordânia com sua política de assentamentos judaicos ao ponto de inviabilizar a Autoridade Palestina. Não existem dúvidas que os palestinos são mantidos em um regime de apartheid por Israel há muitos anos. Há anos as condições de vida impostas pelo governo de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza têm sido cada vez piores e têm sido incontáveis os números de bombardeios israelenses na região. Isto além da dificuldade de acesso da população da Faixa de Gaza ao básico na região, como alimento, remédios, energia elétrica e água potável. No caso da Cisjordânia, há uma progressiva ocupação do território por israelenses. Nas últimas décadas, a Cisjordânia tem sido ocupada por assentamentos israelenses que forçam a migração da população palestina, se tornando alvo da violência cometida por forças militares israelenses. Existem denúncias de pogroms contra palestinos, e muitos relatórios internacionais apontam que eles são tratados como cidadãos de “segunda categoria”, sendo abertamente discriminados. As prisões israelenses estão abarrotadas de palestinos que reagem contra a tirania imposta pelo governo israelense ao povo palestino.
A carnificina que se vê hoje na Faixa de Gaza, nada tem de novidade, porque ela já ocorreu inúmeras vezes no passado em toda a Palestina, embora, desta vez, o horror dos crimes do governo de Israel contra a humanidade alcance novos e vergonhosos recordes. Atualmente, cerca de 1,9 milhão de palestinos estão desabrigados como resultado da guerra que começou em 7 de outubro de 2023. Este número é equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza que foram deslocadas desde o início da guerra entre o governo de Israel e o Hamas, segundo informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Com mais esse assassinato em massa de palestinos ocorrido hoje, Israel se afasta cada vez mais da possibilidade de ser aceita como Estado regular, permanente, nessa região porque para integrar-se e sobreviver, Israel depende de ser aceita pelos povos que vivem na Palestina e no mundo árabe. Israel só será aceito pelos povos que vivem na Palestina e no mundo árabe se houver a substituição do governo Netanyahu por um governo democrático capaz de dialogar com os governantes da região.
É chegada a hora de os judeus amantes da paz e da justiça em Israel e em todo o mundo agirem urgentemente para destituir do poder Benjamin Netanyahu e seus aliados responsáveis pelos assassinatos em massa realizados na Faixa de Gaza e, também, na Cisjordânia. Só assim será possível colocar um fim na matança que se pratica na Faixa de Gaza e dar início a um processo que contribua para a celebração da paz entre judeus e palestinos. Esta é, também, uma forma de os judeus de Israel e de todo o mundo demonstrarem que não compactuam com os atos praticados pelo governo Netanyahu e evitarem a expansão do antissemitismo que avança entre os povos árabes e em todo o mundo. O antissemitismo está crescendo no mundo devido, em grande medida à postura belicista, racista e fascista assumida pelo governo do Estado de Israel em relação aos palestinos desde sua criação em 1948. Os judeus amantes da paz e da justiça precisam evitar que o governo de Israel continue praticando a barbárie em que se acha submetida a população palestina que atingiu seu nível mais elevado durante a era contemporânea pugnando pelo seu fim em defesa dos valores da civilização. Basta de barbárie na Faixa de Gaza.