Economia Negócios
Setor de logística deve chegar a US$ 1,8 bilhão até 2029
Apesar de expectativa de crescimento em nível global, setor de transporte e logística enfrenta desafios nos Estados Unidos, um dos principais merca...
23/02/2024 16h35
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino

Da matéria-prima usada pela indústria à comida que alimenta a população, as mercadorias passam pelo setor de transporte e logística, envolvendo navios, aviões, trens, caminhões, entre outros. Uma área complexa que alcançou um valor aproximado de 1,2 bilhão de dólares (R$ 5,9 bilhões, na cotação atual) em 2022 e que deve chegar a mais de 1,8 bilhão de dólares (R$ 8,9 bilhões) em 2029. Os dados são da Fortune Business Insights, empresa especializada em análise de negócios e mercado.

A estimativa para 2029 representa uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 5,11%. Segundo a Fortune Business Insights, as duas regiões que mais se destacam no setor são, respectivamente, a Ásia-Pacífico (países próximos ao Oceano Pacífico, principalmente a China) e a América do Norte.

No caso da América do Norte, o relatório traz uma explicação para a força dessa região na área de transporte e logística. “Um dos principais fatores que impulsionam o crescimento é o aumento da demanda por logística verde para atender às preocupações ambientais. Além disso, espera-se que a expansão dos setores de comércio eletrônico e a tendência de compras on-line em países como os Estados Unidos e o Canadá impulsionem o mercado”, diz a análise.

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Desafios nos Estados Unidos

De acordo com Ana Karla Chero Gallardo, especialista em logística internacional com ampla experiência no mercado norte-americano, a área atingiu seu auge nos Estados Unidos durante a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2023. Nesse período, a demanda por serviços logísticos e os preços dos fretes aumentaram.

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“Mesmo diante de muitos obstáculos nos diferentes portos dos Estados Unidos, como congestionamentos e novas regulamentações, as empresas de logística registraram uma elevada procura”, diz. O cenário agora é diferente. Apesar das tendências de crescimento em nível global, Gallardo enxerga que o mercado norte-americano tem passado por dificuldades e possui grandes desafios pela frente.

“No final de 2023, a indústria começou a sentir os efeitos da recessão da economia. O setor de logística enfrenta, na realidade pós-pandemia, problemas para continuar rentável”, afirma. Ela cita uma consequência que já vem sendo sentida nesse cenário. “Como nunca antes visto, os portos dos Estados Unidos começaram a fechar as portas durante os dias úteis devido ao baixo volume de importações e exportações. Por exemplo, o Terminal de Contêineres do Sul da Flórida, localizado em Miami, tem fechado seus portões uma vez por semana nos últimos cinco meses por esse motivo.”

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Outra dificuldade está relacionada ao Canal do Panamá, importante travessia para o comércio internacional que liga o Oceano Pacífico com o Atlântico. “As autoridades responsáveis por essa hidrovia estabeleceram um limite para o trânsito de navios devido às ameaças de seca. O número atual de navios autorizados a transitar pelo Canal do Panamá não ultrapassa os 30 por dia, o que é consideravelmente baixo em comparação com os últimos anos”, explica Gallardo.

Com essa limitação no fluxo de navios, houve atraso e redução na chegada de contêineres. Soma-se a isso o aumento contínuo dos preços de combustíveis e dos custos laborais, que ameaçam a rentabilidade e a sobrevivência das empresas de logística dos Estados Unidos. A fim de tentar manter a competitividade, muitos negócios reduziram as taxas cobradas pelo frete, detalha a especialista.

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