Pelo menos três projetos com ações voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar do Piauí, que somam um aporte financeiro que ultrapassa R$ 1 bilhão, terão suas execuções iniciadas em 2024: os projetos Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), Pilares II e Sertão Vivo têm investimentos de bancos internacionais, como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial, além de recursos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As ações serão executadas pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), em parceria com outras secretarias e órgãos do estado do Piauí. O superintendente de Projetos Territoriais da SAF, Jairo Chagas Júnior, frisou que se trata do maior investimento na agricultura familiar da história.
“Nós tivemos um ano muito proveitoso no ponto de vista de preparar os projetos. É o primeiro ano de gestão do governador Rafael Fonteles e que a gente pode deixar no ponto três grandes projetos que vão totalizar algo em torno de R$ 1 bilhão, algo que nunca foi aplicado, investido na agricultura familiar”, citou.
PSI - Piauí Sustentável e Inclusivo
Com um aporte de R$ 600 milhões, o projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI) tem a perspectiva de beneficiar 60 mil famílias, cerca de 210 mil pessoas no campo de 138 municípios em sete Territórios de Desenvolvimento da região semiárida do Piauí: Chapada Vale do Itaim, Entre Rios, Serra da Capivara, Vale do Canindé, Vale do Rio Guaribas, Vale do Sambito e Vale dos Rios Piauí e Itaueira.
O investimento será em três vertentes: segurança hídrica e saneamento rural, que vai ser usada em obras de abastecimento de água, construção de cisternas, sistemas individuais simplificados de saneamento básico e passagens molhadas; adaptação às mudanças climáticas, sendo direcionada ao apoio de projetos produtivos de associações de trabalhadores rurais, planos de negócios de organizações cooperativas, planos de recuperação de áreas degradadas, recuperação de nascentes, regularização fundiária; e o desenvolvimento de estudos e disseminação de conhecimentos importantes para o setor.
O projeto será desenvolvido pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) em parceria com a Secretaria do Planejamento (Seplan), a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e o Instituto de Terras do Piauí (Interpi).
“O projeto tem uma certa complexidade, uma multiplicidade de ações, mas é extremamente estruturante e a previsão é que seja executado em seis anos, ou seja, de 2024 até 2029, e que vai levar benefícios para a região semiárida do Piauí”, disse o gestor.
Para garantir que os recursos sejam usados corretamente, o BID e o Fida fiscalizam o cumprimento de metas, para ir liberando, aos poucos, o dinheiro. O Governo do Estado tem seis anos para aplicar o investimento, mas o objetivo é concluí-lo em menos tempo.
Sertão Vivo
O projeto Sertão Vivo contará com um aporte de R$ 150 milhões, obtidos através de empréstimo junto ao BNDES e será executado pela Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e terá a SAF como co-executora.
Dentre as especificidades do Sertão Vivo está, além da implementação de tecnologias sustentáveis para a convivência com o semiárido, a priorização para a educação a partir da participação dos jovens nas escolas rurais. A expectativa é beneficiar 40 mil famílias de agricultores piauienses.
“São ações também voltadas para a implantação de quintais produtivos de cisterna de primeira água, de sistemas de segunda água com uso coletivo para as famílias, para garantir a produção de alimentos saudáveis, mas também o envolvimento de jovens das escolas rurais para difusão dessas tecnologias e das técnicas de convivência dos saberes”, explicou o superintendente de Projetos Territoriais da SAF, Jairo Chagas Júnior.
Projeto Pilares II
O projeto será executado pela Secretaria do Planejamento (Seplan) em parceria com a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e Instituto de Terras do Piauí (Interpi).
O investimento no projeto será de aproximadamente R$ 250 milhões do Banco Mundial nos territórios da região Meio Norte do Piauí, incluindo a Planície Litorânea e os territórios da região dos Cerrados.
A prioridade do Pilares II é o desenvolvimento de “tecnologias climaticamente inteligentes” para a criação de projetos produtivos que melhorem o acesso ao mercado dos agricultores familiares e que tenham um maior cuidado com os impactos no meio ambiente.
“É um projeto muito forte na área de regularização fundiária e regularização ambiental, mas também na implantação de projetos produtivos com sistemas que o Banco Mundial chama de ‘tecnologias climaticamente inteligentes’, que vão permitir uma produção mais sustentável, melhor acesso ao mercado com o menor custo de produção, com redução da emissão de gases de efeito estufa. E priorizando os povos e as comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas, populações ribeirinhas, extrativistas e quebradeiras de coco babaçu, marisqueiras e manjubeiros”, disse o superintendente.