O HIDROGÊNIO COMO SOLUÇÃO PARA SUBSTITUIR O COMBUSTIVEL FÓSSIL E EVITAR A EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA.
Este é o resumo do artigo de 5 páginas que tem por objetivo apresentar como o hidrogênio pode ser utilizado como uma das fontes de energia do futuro e colaborar na eliminação ou redução da emissão dos gases do efeito estufa contribuindo com efetividade no combate à mudança climática global que tende a ser catastrófica.
08/11/2023 22h18Atualizada há 1 ano
Por: Fábio Costa PintoFonte: Fernando Alcoforado*
Foto: Reprodução internet
A Agência Internacional de Energia (AIE) garantiu num relatório datado de 2019 que o hidrogênio é uma energia do futuro.Graças às suas baixas emissões de CO2, o hidrogênio parece ser uma real alternativa porque não emite CO2 quando associada a uma célula de combustível. É importante observar que o hidrogênio é, também, uma fonte de energia renovável que foi descoberta há vários séculos.
Quando se fala em alternativas aos combustíveis fósseis, muitas vezes aparece o hidrogênio, que é um elemento químico que constitui aproximadamente 75% do Universo. Localizada principalmente em estrelas e planetas gigantes, é uma fonte considerável de energia. Os primeiros experimentos relacionados ao hidrogênio foram observados no início do século XIX, em particular com a eletrólise da água e depois com o desenvolvimento de células de combustível. Ainda é interessante notar que só muito recentemente este combustível ressurgiu. Na verdade, é com a política de transição energética em curso em vários países do mundo que esta fonte de energia passou a ser considerada como alternativa à substituição dos combustíveis fósseis. Do ponto de vista molecular, o H20 está presente em todo o nosso planeta. Como lembrete, a água é um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio (H2O). É excepcional notar que o H2O representa quase 90% dos átomos (em número) presentes no nosso planeta. Quase 10% da massa do corpo humano é constituída por hidrogênio.
É preciso observar que o hidrogênio não é uma energia, mas sim um vetor energético. Ou seja, permite transportar ou armazenar energia primária previamente produzida. O poder energético do hidrogênio também é muito significativo. Uma molécula de hidrogênio libera aproximadamente três vezes mais energia que seu equivalente na gasolina. Quando associada a uma célula de combustível, esta energia não emite CO2. A água é o único resíduo de uma célula de combustível. O hidrogênio é um vetor que não está presente em estado puro na natureza. É portanto necessário mobilizar energia para extraí-la, transportá-la, transformá-la. É certamente muito menos poluente do que outras alternativas. A emergência climática favorece o surgimento de energias renováveis (solar, eólica e biomassa). Por definição, estes meios de produção são intermitentes. Eles só produzem quando as condições permitem. Existe um processo que envolve hidrogênio que permite superar este problema:
• 1º passo: através do processo de eletrólise é possível criar hidrogênio a partir da água. Na verdade, a água é composta por moléculas de hidrogênio e oxigênio (H2O). Usando uma corrente elétrica é possível separar essas moléculas e, assim, armazenar hidrogênio.
• 2ᵉ passo: Uma vez armazenado o gás, existem múltiplos usos. No contexto do armazenamento, é possível produzir eletricidade a partir do hidrogênio através de uma célula de combustível.
O hidrogênio enquanto combustível pode ser de diferentes “cores”. Estas o classificam conforme a fonte de energia usada para produzir o hidrogênio combustível. Há o hidrogênio cinza, produzido a partir de combustíveis fósseis. Quando essa produção vem de gás naturale há captura e armazenamento de carbono, temos o hidrogênio azul. Já o hidrogênio verde é aquele feito a partir da eletrólise. Porém a energia inicial para a realização deste processo precisa vir de fontes renováveis (hidroeletricidade, energia solar, energia eólica e biomassa) para que o combustível se enquadre nesta categoria. Assim, sua produção se dá sem a emissão de carbono. É por isso que especialistas veem este tipo de combustível como chave para um mundo neutro em carbono. Embora o uso mais conhecido do hidrogênio provavelmente sejam os veículos automotores, há muitos outros usos possíveis. Células de combustível podem servir de unidades fixas de geração de energia para prédios. Em alguns casos, elas podem fornecer também calor. As células de combustível são vistas como potenciais fontes de energia para as aeronaves. É possível, por exemplo, usá-las como sistema de gerador de emergência. Além disso, podem servir de unidade auxiliar de energia para o avião como um todo. O hidrogênio pode fornecer a energia para a propulsão da embarcação. Mas este uso ainda está em estágio inicial de testes e desenvolvimento. Contudo, seu uso como fonte de energia a bordo já está mais avançado. Há um projeto norueguês que pretende criar um navio de cruzeiro movido a hidrogênio. Também é possível que o hidrogênio alimente veículos de serviço como empilhadeiras e caminhões, além de ônibus e trens.
Pelo exposto, o hidrogênio é capaz de substituir os combustíveis fósseis e contribuir no combate à mudança climática com a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).